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MPF questiona Telegram sobre disparo de mensagens a usuários contra PL das Fake News Rede social enviou texto dizendo que o Brasil está 'prestes a aprovar uma lei que irá acabar com a liberdade de expressão'. Relator chamou estratégia de 'jogo sujo' e disse que internet não pode ser terra sem lei. A rede social tem até dez dias para se manifestar.

9 de maio de 2023, 17h24 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por G1

O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo questiona o Telegram a respeito de mensagens que foram enviadas a usuários do aplicativo contra o projeto de lei das Fake News. A rede social tem até dez dias para se manifestar.

Em ofício desta terça-feira (9), o procurador da República de São Paulo Yuri Corrêa da Luz expede uma ordem para que o Telegram diga exatamente quem, na empresa, tomou a decisão de mandar a mensagem com nome e endereço eletrônico, para uma eventual oitiva pelo MPF.

O Telegram enviou para os seus usuários um texto no qual diz que “o Brasil está prestes a aprovar uma lei que irá acabar com a liberdade de expressão”.

Ministro comenta envio de mensagens

O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, chamou de “absurdo” a mensagem que o aplicativo Telegram enviou aos seus usuários atacando o projeto de combate às fake news.

O relator do projeto, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), classificou a estratégia da rede social de “jogo sujo”.

O Telegram enviou para os seus usuários um texto no qual diz que “o Brasil está prestes a aprovar uma lei que irá acabar com a liberdade de expressão”.

O projeto de combate às fake news tramita na Câmara dos Deputados. Na semana passada, chegou a ser incluído na pauta, mas não foi votado, diante da falta de consenso.

Também na semana passada, o Google divulgou em seu site um texto contrário ao projeto.

Na ocasião, o governo mandou o Google marcar o artigo como publicidade. Parlamentares afirmaram que sofreram pressão das redes sociais contra o projeto.

Ao comentar a postura do Telegram, Pimenta disse que a vontade das grandes plataformas de redes sociais não é maior que a soberania do Brasil.

“Inacreditável! Telegram desrespeita as leis brasileiras e utiliza sua plataforma para fazer publicidade contra o PL2630. As medidas legais serão tomadas. Empresa estrangeria nenhuma é maior que a soberania do nosso país”, afirmou o ministro.

O relator ressaltou que a internet não pode ser uma terra sem lei.

“O jogo sujo das big techs continua. Recebo denúncias de que o Telegram está disparando FAKE NEWS contra o PL 2630 para milhões de usuários. Essa campanha de mentiras não vai prosperar. A Internet não é terra sem lei, e a regulação é uma necessidade”, disse o deputado.

O que diz a proposta

O texto torna crime a promoção ou financiamento de divulgação em massa de mensagens com conteúdo inverídico por meio de conta automatizada, as chamadas contas-robôs.

Além disso, estabelece que:

  • provedores tenham representação por pessoa jurídica no Brasil
  • provedores serão responsabilizados pelos conteúdos de terceiros cuja distribuição tenha sido impulsionada por pagamento
  • plataformas digitais mantenham regras transparentes de moderação
  • a retirada imediata de conteúdos que violem direitos de crianças e adolescentes
  • conteúdos jornalísticos utilizados por provedores deverão ser remunerados
  • e a extensão da imunidade parlamentar às redes sociais

Foto: Reprodução/TV Globo

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