Home Política Na entrevista ao JN, Ciro não foi o Ciro Gomes que estamos acostumados a ver

Na entrevista ao JN, Ciro não foi o Ciro Gomes que estamos acostumados a ver

25 de agosto de 2022, 11h22 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por Hoje em Dia/Blog do Lindenberg – blogdolindenberg@hojeemdia.com.br

Ciro Gomes não foi o mesmo Ciro Gomes de outras entrevistas. Na terça-feira, ao ser entrevistado pelo Jornal Nacional, com mais de 40 milhões de telespectadores em todo o país, Ciro era um outro Ciro. Menos agressivo, até mesmo quando se referia ao ex-presidente Lula, a quem em 2018 considerou como o maior líder popular do país, transformado depois em sua vítima preferida, ou ao presidente Jair Bolsonaro, a quem não poupou ao chamá-lo de genocida. O fato é que o candidato do PDT, que tenta pela quarta vez chegar à Presidência da República, não foi o Ciro de outros momentos e nisso deve ter ganhado alguns pontos.

Na verdade, Ciro Gomes foi menos agressivo e mais propositivo. Propôs, por exemplo, a “Lei Ganância”, um apelo aos endividados; prometeu recorrer a plebiscitos em caso de impasse com o Congresso e abriu mão de se candidatar novamente, se eleito em 2 de outubro. Era um outro Ciro Gomes.

Mais uma vez, William Bonner e Renata Vasconcellos, que fustigaram no dia anterior o presidente Jair Bolsonaro, deixando-o vermelho em algumas vezes, a despeito da farra que fizeram os seus seguidores, não foram tão impiedosos com Ciro do que com Bolsonaro, assim como não será também com o ex-presidente Lula, na quinta-feira.

O fato é que Ciro mostrou-se sereno, bem articulado, brincando às vezes com a entrevistadora Renata, que foi mais firme com o pedetista do que Bonner, e até brincando com a câmera ao dirigir-se, pedindo licença aos entrevistadores, para falar direto nos olhos do telespectador, sem deixar de exibir um livro em que estariam condensadas as suas propostas para um governo – se eleito.

E aí está o problema. Ciro não tem passado dos nove pontos nas pesquisas de intenção de voto.

De qualquer maneira, a proposta de uma relação com o Congresso não deixou de ser uma falha no elenco de ideias do candidato do PDT que, por sinal, vai à luta numa chapa puro-sangue, como se diz na linguagem dos políticos. A vice dele também é do PDT. Mas, como dizia, Ciro Gomes não foi o Ciro Gomes a que estamos acostumados a ver, por vezes até truculento.

Golpe de estado

Mas a terça-feira não foi apenas de Ciro Gomes. Já de manhã, atendendo a uma solicitação da Polícia Federal, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, desencadeou uma operação atrás de empresários, todos amigos de Bolsonaro, que vêm pregando, por meio do WatsApp, um golpe de estado no caso de o ex-presidente Lula ser eleito.

O ministro não apenas ordenou uma devassa nas casas e escritórios dos golpistas como bloqueou suas contas bancárias, congelou suas redes sociais e quebrou o sigilo bancário de todos eles. E quem são eles, os supostos golpistas? São Luciano Hang, um que anda fantasiado de periquito por onde vai, dono da rede de lojas Havan; José Isaac Peres; José Koury, controlador dos shoppings Multiplan; Meyer Nigri, fundador da Tecnisa; Afrânio Barreira Filho, dono da rede de restaurantes Coco Bambu; Ivan Wrobel, sócio da W3 Engenharia; Luiz André Tissot, da empresa de móveis Luxo Sierra; e Marco Aurélio Raymundo, dono da rede de roupas esportivas Mormaii.

Enfim, um seleto grupo de ativistas que conspirava supostamente no caso de o presidente Bolsonaro ser derrotado pelo ex-presidente Lula.

Foto: Reprodução/TV Globo

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário