Home Política ‘Não tem problema entre nós’ diz Bolsonaro sobre Lira, que falou em ‘remédio fatal’ contra erros na pandemia

‘Não tem problema entre nós’ diz Bolsonaro sobre Lira, que falou em ‘remédio fatal’ contra erros na pandemia Bolsonaro deu a declaração após encontro com o presidente da Câmara, Arthur Lira, no Planalto. Na quarta (24), Lira falou em 'remédios' do Congresso contra 'espiral de erros' na pandemia.

25 de março de 2021, 17h55 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por G1

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (25) que ‘não tem problema nenhum’ entre ele o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Na quarta (24), em discurso, Lira afirmou que os “remédios políticos” no Congresso contra a “espiral de erros” no combate à pandemia são “conhecidos”, “amargos” e alguns, “fatais”. Ele não mencionou eventual processo de impeachment do presidente.

“Nunca teve nada errado entre nós. Nunca teve nada errado entre nós. Sou um velho amigo de parlamento, torci por ele e o governo continua tudo normal”, afirmou Bolsonaro a jornalistas após reunião com Lira no Palácio do Planalto, em Brasília.

O presidente disse que o objetivo comum dele e de Lira é encontrar maneiras de aumentar a oferta de vacinas contra a Covid-19 no país.

“O que nós queremos, juntos, é buscar maneira de contratarmos mais vacinas. E, na ponta da linha, fazer que cheguem as informações de que as vacinas estão sendo realmente aplicadas. É isso que nós queremos”, disse ele.

Bolsonaro acompanhou Lira até o carro ao final da reunião, quando falou com os jornalistas. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), estava junto. O encontro não estava na agenda oficial do presidente.

“Eu conversei com o Lira, não tem problema nenhum entre nós. Zero problema. Conversamos sobre muitas coisas”, completou Bolsonaro.

Pressão e mudança

O presidente da República vem sendo criticado pela maneira como o governo federal vem conduzindo o enfrentamento à Covid-19. Na quarta, o país ultrapassou a marca de 300 mil mortes causadas pela doença, enquanto enfrenta aumento no número de casos e de vítimas, falta de leitos e de medicamentos utilizados em UTIs e atraso na vacinação.

Bolsonaro também vem sendo criticado por sua postura em relação à pandemia. O presidente diversas vezes minimizou a gravidade da Covid-19, causou aglomerações e se posicionou contra o uso de máscaras e a vacina.

Diante do aumento das críticas e de pressões por ações do governo para reverter o agravamento da pandemia no Brasil, Bolsonaro mudou de postura nos últimos dias. O presidente passou a aparecer de máscara em público e a defender a vacinação.

O presidente também promoveu a troca do ministro da Saúde, tirando um militar e colocando um médico no lugar. E organizou, na quarta, uma reunião com os chefes dos poderes Legislativo e Judiciário a fim de buscar soluções para a crise.

Discurso

Lira fez o discurso em que falou sobre os “remédios amargos e fatais” do Congresso após participar da reunião organizada por Bolsonaro com chefes de poderes.

Sem mencionar um eventual processo de impeachment, ele ressalvou que a aplicação desses “remédios” não é a intenção dele — a abertura de um processo de impeachment depende de decisão do presidente da Câmara.

“Muitas vezes [os remédios políticos] são aplicados quando a espiral de erros de avaliação se torna uma escala geométrica incontrolável. Não é esta a intenção desta Presidência. Preferimos que as atuais anomalias se curem por si mesmas, frutos da autocrítica, do instinto de sobrevivência, da sabedoria, da inteligência emocional e da capacidade política”, declarou em discurso no plenário da Câmara.

O deputado disse que estava “apertando o sinal amarelo” e citou “erros primários, desnecessários e inúteis” de governos, sem especificar o alvo da crítica.

“Eu aqui não estou fulanizando. Dirijo-me a todos que conduzem os órgãos diretamente envolvidos no combate à pandemia — o Executivo federal, os executivos estaduais e os milhares de executivos municipais também”, disse.

No discurso, Lira afirmou que “também não é justo descarregar toda a culpa de tudo no governo federal ou no presidente” e que “não é hora de tensionamentos”.

“Quero deixar claro que não ficaremos alienados aqui, votando matérias teóricas como se o mundo real fosse apenas algo que existisse no noticiário. Estou apertando hoje um sinal amarelo para quem quiser enxergar: não vamos continuar aqui votando e seguindo um protocolo legislativo com o compromisso de não errar com o país se, fora daqui, erros primários, erros desnecessários, erros inúteis, erros que que são muito menores do que os acertos cometidos continuarem a serem praticados”, declarou.

Foto: MATEUS BONOMI/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

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