O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na abertura do Ano Judiciário, nesta quinta-feira (1º/2), no Supremo Tribunal Federal (STF). O chefe do Executivo exaltou a democracia e respondeu a uma afirmação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), feita em 2018, sobre a força democrática da Suprema Corte.
Lula saudou os ministros e “também as pessoas que dão vida a essa Corte”. Segundo ele, “elas sentiram na pele o peso do ódio que se abateu sobre o Brasil, sofreram perseguições, ofensas e até mesmo ameaça de morte, até contra seus parentes, mas não estavam sozinhos”.
“Juntos, enfrentamos ameaças que conhecíamos apenas nas mais tristes páginas da humanidade, o fascismo. Diziam que, para fechar o STF, bastaria um cabo e um soldado, vieram milhares de golpistas e muito ódio e não fecharam nem o Supremo, nem o Congresso, nem a Presidência. Pelo contrário, as instituições e democracia saíram fortalecidas”, afirmou o presidente.
Em 2018, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que “o pessoal até brinca lá: se quiser fechar o STF, você sabe o que você faz? Você não manda nem um Jeep. Manda um soldado e um cabo. Não é querer desmerecer o soldado e o cabo, não”.
No discurso desta tarde, o petista falou sobre a necessidade de “defender a liberdade de expressão e combater o discurso de ódio”, além da “máquina de fake news que espalhou suspeitas infundadas que causou a morte de brasileiros”.
Lula ainda afirmou que a democracia “nunca estará pronta” e precisa ser “deve ser construída a cada dia, é preciso ser defendida dos extremistas que fazem dela um atalho”.
Após o discurso do presidente, autoridades seguiram para a retirada simbólica das grades de proteção ao redor do STF, na Praça dos Três Poderes. Lula seguiu acompanhado do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso.
As estruturas estavam há anos nos arredores da Corte e receberam reforço após os atos antidemocráticos do 8 de janeiro.
O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também esteve na solenidade e discursou com lembretes à democracia. Para o senador, a união entre instituições depois dos ataques mantiveram “os propósitos republicanos”.
“Foi justamente a tenacidade dos Poderes da República e o amor à democracia que nos mantiveram firmes e inabaláveis em nossos propósitos republicanos”, afirmou.
Com informações do Metrópoles.
Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES.