O deputado Arthur Lira (PP-AL) é suspeito de envolvimento em um desvio milionário de dinheiro da Assembleia Legislativa de Alagoas entre 2001 e 2007. Lira é o líder do Centrão e foi um dos principais articuladores da aproximação do grupo com o presidente Jair Bolsonaro . Atualmente, ele articula nos bastidores a própria candidatura à presidência da Casa.
Por Jornal Nacional — Brasília
Nesta quinta-feira (3), o jornal “O Estado de S. Paulo” afirmou que Arthur Lira, nome do Planalto à presidência da Câmara, comandou um esquema de “rachadinha” em Alagoas. A “rachadinha” é um esquema de apropriação de parte do salários de servidores.
A TV Globo também teve acesso à denúncia da Procuradoria-Geral da República, à época comandada pela procuradora Raquel Dodge.
De acordo com a procuradoria, a fraude se dava a partir da apropriação de parte dos salários de funcionários e tambem à inclusão de falsos funcionários na folha de pagamento. Eles repassavam, segundo a denúncia, parte do dinheiro dos salários aos deputados ou a pessoas indicadas pelos parlamentares.
Entre 2001 a 2007, Arthur Lira movimentou em sua conta mais de R$ 9,5 milhões, diz a denúncia. De acordo com documentos, durante o cumprimento de mandados de busca apreendeu-se em uma das residências de Arthur Lira uma planilha denominada “cheques em aberto a vencer”, no total de mais de R$ 1,3 milhão.
Documentos indicam que o desvio de recurso em questão resultava em uma renda mensal de R$ 500 mil ao parlamentar. Segundo a denúncia, o grupo criminoso liderado por Lira também “utilizava empresas de terceiros para simular negociações jurídicas e financeiras buscando operacionalizar o desvio de recursos e ocultar a origem ilícita”.
A PGR descreveu a atuação de uma quadrilha, mas disse que esse crime estava prescrito. E denunciou o deputado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro, em 2018. Nesse mesmo caso, na Câmara Cível da Justiça de Alagoas, Lira já foi condenado por improbidade administrativa e recorre da decisão.
A parte criminal chegou a ser enviada ao Supremo Tribunal Federal em 2014, mas foi reencaminhada de volta ao Tribunal de Justiça de Alagoas por causa da mudança de entendimento sobre o foro: fatos sem relação com o mandato não ficam mais no STF. Neste momento, o caso segue em andamento no TJ do estado, em sigilo
A assessoria do deputado Arthur Lira declarou que ele já apresentou defesa com todas as explicações necessárias sobre a lisura de suas ações na Assembleia de Alagoas. De acordo com a assessoria, o deputado confia na Justiça e tem certeza de que será absolvido.
No Supremo Tribunal Federal, o deputado Arthur Lira é réu em dois processos — um por corrupção e outro, na Operação Lava Jato, por organização criminosa.
Fonte: JN e G1
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