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Novo ataque russo à Ucrânia desafia unidade do G20 para declaração conjunta Mais cedo, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou que a Rússia lançou um “ataque combinado massivo”.

18 de novembro de 2024, 09h03 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

O “ataque combinado massivo” lançado pela Rússia contra a Ucrânia nesse domingo (17/11) e a consequente “autorização” dos EUA para que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, utilize mísseis de longo alcance para o contra-ataque colocaram ainda mais interrogações sobre a grande dúvida do G20: a declaração final do grupo, esperada para terça-feira (19/11).

Os negociadores dos países integrantes do G20 têm trabalhado há meses no documento, mas a versão final não está pronta.

A principal controvérsia é se e como fazer menções às guerras, tanto Rússia x Ucrânia quanto Israel x Palestina/Líbano. Os Estados Unidos, a Argentina e países da União Europeia gostariam de condenar enfaticamente a invasão da Rússia, mas Moscou se opõe.

E países do sul global gostariam de uma condenação dura a Israel, o que também acaba bloqueado pelos Estados Unidos.

Em março, uma reunião dos ministros das Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20 acabou sem uma declaração oficial justamente por conta das guerras na Ucrânia e em Gaza. Os negociadores brasileiros trabalham para evitar que isso ofusque as outras pautas de interesse do grupo.

A avaliação da performance da presidência brasileira do G20 passa pelo contexto geopolítico atual, de crescente polarização entre potências – em especial Estados Unidos e China – e as guerras, que atrapalham a cooperação em grupos de países díspares como o G20.

Claudia Zilla, senior fellow do Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança (SWP), considera que o Brasil se saiu “relativamente bem”, e conseguiu imprimir sua agenda diplomática “focada em igualdade e inclusão, mais em temas de desenvolvimento do que em temas de segurança”.

Ataque e contra-ataque
Nesse domingo, Volodymyr Zelensky informou que a Rússia lançou um “ataque combinado massivo” contra infraestrutura de energia em todo o país. Ao todo, 120 mísseis e 90 drones foram lançados contra várias regiões da Ucrânia. Os bombardeios mataram duas pessoas e deixaram seis feridos.

Zelensky relatou que vários tipos de drones foram lançados, bem como mísseis de cruzeiro, balísticos e aerobalísticos.

“Nossas forças de defesa aérea destruíram mais de 140 alvos aéreos. O alvo do inimigo era nossa infraestrutura de energia em toda a Ucrânia. Infelizmente, algumas instalações sofreram danos por impactos diretos e queda de destroços. Em Mykolaiv, um ataque de drone matou duas pessoas e feriu outras seis, incluindo duas crianças”, divulgou Zelensky nas redes sociais.

Após o ataque, os EUA autorizaram o uso de mísseis de longo alcance fornecidos à Ucrânia para realizar ataques contra a Rússia. As armas deverão ser empregadas contra tropas russas e norte-coreanas, em defesa das forças ucranianas na região de Kursk, no oeste da Rússia.

Biden autorizou o uso do Sistema de Mísseis Táticos (HIMARS, sigla em inglês), que possui um alcance de cerca de 80 km, contra as forças russas posicionadas do outro lado da fronteira. No entanto, o presidente americano não permitiu o uso do ATACMS, um míssil de longo alcance de 300 km para a defesa da cidade de Kharkiv.

Com informações do portal DW, parceiro do Metrópoles.
Foto: Audiovisual G20 Brasil.

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