Não era de se esperar outra coisa do ministro Nunes Marques, nomeado pelo presidente Bolsonaro para o lugar do ex-ministro Celso de Mello. Ao votar nesta terça-feira pela suposta lisura do ex-juiz Sérgio Moro nas condenações do ex-presidente Lula, Nunes Marques cumpriu o desejo do chefe e inocentou seu antigo colega de toga, tendo tomado em seguida uma carraspana do ministro Gilmar Mendes, da mesma turma a que pertence Nunes – uma indecência, diria Gilmar Mendes ao tomar conhecimento do voto que desempatou o placar em favor do ex-juiz de Curitiba. A sessão continua, com uma advertência da ministra Carmen Lúcia de que poderia mudar o seu voto, mas até o fim desse texto não o havia feito. Ao votar como votou, Nunes Marques atirou no próprio pé. Pé?
Foto: STF/Fellipe Sampaio