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O jogo começa a ser jogado, mas num clima de alta tensão

7 de maio de 2022, 14h39 | Por Redação - Blog do Lindenberg

by Redação - Blog do Lindenberg

Por Hoje em Dia/Blog do Lindenberg – blogdolindenberg@hojeemdia.com.br

À medida que o tempo passa, cresce a tensão entre os principais nomes colocados à eleição presidencial, com reflexos nos governos estaduais e até no pleito à Câmara dos Deputados e ao Senado.

Mantendo a liderança na corrida presidencial, o ex-presidente Lula foi alvo nesta sexta-feira de uma quase possível agressão ao sair de uma reunião, em Campinas. Não fosse a proteção de seguranças armados e o ex-presidente poderia ter sido vítima de agressão. De forma que esse é o clima de uma eleição polarizada e carregada de ódio.
De outro lado, o presidente Jair Bolsonaro não faz por menos.

Na sua live das quintas-feiras, o presidente anunciou que vai contratar uma empresa para fiscalizar as urnas eletrônicas, em mais uma tentativa de desmoralizar um sistema que, desde que entrou em operação, não possibilitou uma única fraude.
E foi além. A empresa vai começar a operar antes mesmo das eleições e sob a supervisão das Forças Armadas, que, segundo Bolsonaro, não farão papel de simples figurantes no processo eleitoral.

Antes, o presidente dizia que queria uma apuração paralela das Forças Armadas, uma estultice, como diria Aureliano Chaves, para lembrar uma figura republicana que tanta falta faz nos dias que correm.

De forma que é sob esse clima que iremos às urnas nas eleições de outubro. O que é, sobretudo, preocupante porque num ambiente desses tudo é possível. E aí vem à lembrança os tempos duros da ditadura militar que durou 25 anos.
Não será fácil, independente de quem sair vencedor do pleito, até porque, como dizia Bolsonaro ontem na Paraíba, ao justificar a contratação de uma empresa para fiscalizar as eleições – “Eu vou garantir a vitória de Lula porque todo mundo diz que ele vai ganhar” – num sarcasmo pouco visto, mas bem ao estilo do presidente da República.

Mas, se as eleições presidenciais estão nesse clima, o mesmo não se pode dizer das eleições para os governos estaduais, onde os partidos se movimentam em busca de melhor posicionamento junto ao eleitorado.

Agora mesmo vem a notícia de que o PSDB vai lançar candidatos ao governo do Estado. Os nomes falados são do ex-deputado Marcus Pestana e do atual vice de Romeu Zema, Paulo Brant, o que poderá criar algum embaraço para o governador mineiro já que Paulo Brant bateu asas e foi parar num outro ninhal.

Fala-se também na possibilidade de o ex-presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro, sair pelo Podemos, enquanto Saraiva Felipe, agora no PSB, poderia colocar seu nome na disputa pelo Palácio da Liberdade.

No caso de Saraiva Felipe, sua candidatura teria o condão de armar em Minas um palanque para o ex-presidente Lula, uma vez que o ex-prefeito Alexandre Kalil, provável aliado de Lula, está às turras com ele e nem deve ir ao lançamento de sua candidatura neste sábado, em São Paulo. O pivô desse desentendimento seria o lançamento da candidatura ao Senado do deputado Reginaldo Lopes quando o PSD de Kalil propugna pelo atual senador, em resto de mandado, Alexandre Silveira.

Formou-se aí um pé de briga de solução difícil porque todo mundo conhece o gênio de Kalil – menos Lula – e o atual senador Silveira é o presidente do PSD, mesmo partido de Kalil, em Minas Gerais.

Está formado o pé de briga que facilitaria a entrada de Bolsonaro em Minas, com o concurso do senador Carlos Viana, que, no entanto, ainda não marcou uma presença mais firme no Estado. De qualquer forma, o jogo começa a ser jogado.

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