Por O Tempo
O diretório do PSB em Minas divulgou nota de repúdio contras as declarações do governador Romeu Zema (Novo) ao jornal “O Estado de São Paulo” sobre a formação do consórcio Sul-Sudeste.
O partido, que tem o deputado estadual Neilando Pimenta como integrante da base do governador na Assembleia Legislativa, é bem duro nas críticas ao governador. A sigla também tem o ex-deputado estadual Gustavo Mitre na presidência do BDMG Cultural. Mitre, que não foi reeleito, fazia parta da base de Zema no primeiro mandato.
“Travestido de defensor de interesses do povo minero, o governador Romeu Zema, a partir das suas últimas manifestações, cria um clima de divisão no país e insere Minas Gerais em um contexto de polarização política que o PSB de Minas Gerais não consegue ver como positivo. A falta de tato político do governador não gera apenas tensões, mas também provoca o isolamento de Minas, além de ser passível de punição qualquer declaração contra o princípio federativo do Estado democrático de direito”, diz trecho da nota.
A legenda ainda pontua que o comportamento “hostil e desrespeitoso” prejudica a construção de parcerias e políticas públicas com outros entes federativos.
E, assim como o deputado federal Aécio Neves (PSDB) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), o partido evoca a tradição política mineira de conciliação e síntese do Brasil.
“Minas é o Estado da liberdade, a terra dos Inconfidentes, é o centro de convergência nacional, do respeito às diferenças, é a síntese do Brasil. O PSB mineiro segue atento e vai continuar cobrando mais diálogo, respeito e união em
nossas Minas Gerais”, conclui o texto.
Entenda a polêmica
Em entrevista ao jornal “O Estado de São Paulo”, o Zema afirmou que os Estados das regiões Sul e Sudeste deveriam se organizar para que suas demandas à União a ao Congresso Nacional, sejam atendidas. Na fala, o governador ressaltou que o Nordeste já possui uma frente que consegue ter seus pedidos atendidos.
“Outras regiões do Brasil, com Estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos. Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso”, afirmou Zema.
O governador mineiro afirmou que o Sul e o Sudeste necessitam de apoio para combater a pobreza tanto quanto os demais Estados do país e não podem ser prejudicados em políticas de divisão de receitas com este objetivo.
“O Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego, não tem comunidade? Tem, sim. Nós também precisamos de ações sociais. Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década”, afirmou.
Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG