Home Comentários O xadrez da sucessão municipal já atrai Bolsonaro e Lula

O xadrez da sucessão municipal já atrai Bolsonaro e Lula

26 de julho de 2020, 20h28 | Por Redação - Blog do Lindenberg

by Redação - Blog do Lindenberg

Duas lideranças fortes, talvez as duas mais fortes do espectro político brasileiro, resolveram, não foi de graça, dar um pitaco nas eleições municipais que este ano acontecerão no dia 15 de novembro, excepcionalmente, por conta da pandemia.

As lideranças que se manifestaram nesse sentido foram o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Lula, cada um com um terço dos eleitores do país.

Bolsonaro, cujo partido Aliança para o Brasil não conseguiu ser formado nem teria como se envolver nessa discussão, até porque nem partido tem, mas mesmo assim resolveu dar um pitaco no processo eleitoral de Belo Horizonte dizendo, meio aleatoriamente, que tem simpatia pelo deputado Bruno Engler (PRTB) , um deputado de primeiro mandato que segue o presidente religiosamente.

Já o ex-presidente Lula, cujo partido já tem pré-candidato, o ex-deputado Nilmário Miranda, não se fez de rogado e não só elogiou o candidato do PT como disse que o partido precisa resgatar as políticas adotadas na cidade pelos ex-prefeitos Célio de Castro, Patrus Ananias e Fernando Pimentel.

Enquanto Lula fazia a defesa aberta de seu candidato e das políticas públicas adotadas pelo PT na cidade, o presidente Jair Bolsonaro, também fiel ao seu estilo, foi direto ao ponto, ainda que de forma indireta, mas deixando claro que se tiver que trabalhar para algum candidato em Belo Horizonte o fará para o novato Engler. Essas duas forças, pela força do cargo ou pelo que fez quando era presidente, representam cerca de 60 por cento do eleitorado, não sendo necessário dizer que uma coisa é o prestígio de um ou de outro e coisa diferente é a transferência de voto.

De qualquer forma, esses nomes estão postos para a disputa em novembro, salvo alguma alteração de última hora, tendo como adversários outros concorrentes, como o prefeito Alexandre Kalil, candidato à reeleição, além do deputado João Vitor Xavier ( Cidadania) , que pode surpreender com um candidato a vice com boa articulação na área empresarial e nas entidades de classe, Luísa Barreto (PSDB), Marcelo de Souza ( Patriota), possivelmente Aurea Carolina( PSOL) e Rodrigo Paiva (Novo), fora os que ainda não se apresentaram nem como pré-candidatos.

O candidato do Novo vai ter problemas porque o governador Zema numa live na semana passada atacou os políticos de modo geral, como se ele já fosse mais um político, de forma que Rodrigo Paiva vai ter costurar pra fora se quiser ter chance – ou seja, Zema precisa aprovar as reformas que enviou à Assembleia, mas não precisa por todos os políticos e também os sindicatos no mesmo baleio. Como estamos já no processo eleitoral, ele vai ter que reciclar o seu discurso, a menos que queira jogar seu candidato no fogo.

Mas se fizer isso, vai comprometer a sua candidatura à reeleição em 2022 – a menos que já tenha desistido.

Foto: O Globo

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário