Por Carlos Lindenberg
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou para o dia 22 o julgamento da ação que pode tornar inelegível o ex-presidente Jair Bolsonaro. O TSE vai analisar se houve abuso de poder político do ex-presidente naquela fatídica reunião com embaixadores estrangeiros.
Essa ação foi apresentada pelo PDT, que questionou a conduta de Bolsonaro em uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada em julho de 2022. Então candidato à presidência da República e já lançado pré-candidato, Bolsonaro fez acusações, naturalmente sem provas, que colocavam em dúvida a segurança das urnas e do processo eleitoral, como, aliás, ele sempre fez. E não foram poucas as vezes que Bolsonaro fez isso. Todas as acusações que ele fez contra o processo eleitoral foram sem provas. Mas, neste caso, o processo se torna mais relevante até por que Bolsonaro não poderia ter usado recursos do Estado para sua pregação criminosa contra o processo eleitoral, numa clara manifestação de levar ao descrédito a segurança das urnas.
Não menos surpreendente é o desejo do senador capixaba Do Val de que vai pedir o impeachment do presidente Lula. O senador alega duas razões para seu estranho pedido: a recepção ao presidente venezuelano Nicolás Maduro e a indicação do advogado Zanin ao Supremo Tribunal Federal. Para Do Val são duas medidas inaceitáveis, daí porque pede o impeachment do presidente Lula, antes que o presidente complete 365 dias de governo. Dificilmente a medida proposta pelo senador Do Val irá prosperar, mas nada é impossível diante da indisposição do presidente Arthur Lira, presidente da Câmara, com o governo do presidente Lula, mesmo levando-se em conta que o governo perdeu algumas batalhas na Câmara dos Deputados. O que se sabe é que Arthur Lira é membro destacado do “centrão”, aglomerado que mantém controle sobre a Câmara e que vive sobretudo das emendas parlamentares.
Ao puxar a brasa para nosso lado mineiro, é impressionante o baixo nível que se viu nesta segunda-feira durante discussão sobre a reposição salarial das forças de segurança. O nível baixou de tal forma, entre um membro da comissão de segurança e o líder do governo, Gustavo Valadares. Foi um vexame, literalmente.
Foto: CHANDAN KHANNA/AFP