Por G1
A operação policial no Complexo do Alemão, na quinta-feira (21), que terminou com 18 mortos, gerou repercussão no Brasil e no mundo.
Imprensa internacional
A agência de notícias Reuters noticiou: “Pelo menos 18 mortos em operação policial letal no Rio de Janeiro.
O site do jornal norte-americano Washington Post destacou que há acusações de abusos policiais.
A página do jornal inglês The Guardian falou da letalidade da operação e divulgou fotos de corpos sendo carregados por moradores.
Anistia Internacional
“Praticamente todos os meses a Anistia Internacional vem a público denunciar mais uma chacina em favelas do Rio de Janeiro cometidas por agentes do estado. O morador da favela do Rio de Janeiro, ele precisa e tem o direito de acordar de manhã e sair para trabalhar e ganhar o seu dia. É preciso inverter essa lógica que produz mortos, um morto policial e mais de uma dezena de mortos moradores da favela. É preciso que o Rio de Janeiro implante uma política de segurança pública que preserve a vida e os direitos dos cidadãos”, disse a diretora executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck.
Defensoria Pública
“A Defensoria Pública do Rio está acompanhando com preocupação as informações sobre a operação policial no Complexo do Alemão, Zona Norte da cidade. A DPRJ está presente no local através de sua Ouvidoria, juntamente com as Comissões de Direitos Humanos da Alerj e da OAB, o Conselho Estadual da Direitos Humanos, além de lideranças locais. Há indícios de situações de grave violação de direitos, com possibilidade desta ser uma das operações com maior índice de mortos no Rio de Janeiro.”
Ministério Público do RJ
“O MPRJ, por intermédio do plantão ADPF 635, está acompanhando a operação policial no Complexo do Alemão, para adoção das providências cabíveis. O órgão foi comunicado da operação pela PMERJ às 5h40. A análise do cumprimento da ADPF nº 635 será realizada posteriormente com a remessa da comunicação ao promotor natural. O plantão de atendimento do MPRJ para receber denúncias urgentes de possíveis casos de violência e abusos de autoridade cometidos durante ações policiais em comunidades no Estado do Rio de Janeiro, funciona 24 horas por meio do telefone ou WhatsApp, no número (21) 2215-7003, ou por intermédio do e-mail gt-adpf635@mprj.mp.br.”
ONGs do Alemão
Grupos e ONGs do Complexo do Alemão soltaram uma nota conjunta repudiando a ação. Entre eles, estão Voz das Comunidades, Coletivo Papo Reto e Mulheres em Ação no Alemão.
“São em dias tingidos pelo terror nas comunidades que ocorrem violações de direitos humanos que impactam os moradores destas localidades diretamente. A forma como se quer combater a criminalidade já está mais do que desgastada e não existe um planejamento de políticas de segurança adequado. As forças policiais a mando do estado, entram nas comunidades, pessoas morrem e nada é modificado. Essas estratégias trazem ainda mais insegurança nas favelas e se tornam evidentemente desumanas. E o sentimento de quem mora ou frequenta as favelas é que a todo momento o corpo vira alvo. A paz que queremos não é a paz da pacificação e não estamos pacíficos, paralisados, com tantas mortes e atrocidades. Nos organizamos diariamente pela transformação de nossas políticas públicas para que justamente impactem diretamente nosso cotidiano”, diz a nota.
Federação das Favelas (Faferj)
“Mais uma manhã de terror. Cláudio Castro, o Governador das Chacinas, autorizou mais uma Operação Eleitoreira em favela. A bola da vez é o Complexo do Alemão. Já temos relados de uma mulher que chegou morta na UPA, de casas sendo invadidas por policiais para servirem de base de plataforma de tiros e de utilização do Águia – helicóptero blindado, que é proibido por todas as legislações internacionais que o Brasil é signatário. Um show de ilegalidades. Nós da FAFERJ repudiamos essa operação eleitoreira autorizada pelo Governador das Chacinas, Cláudio Castro. As favelas pedem paz, e também direitos iguais!”
Associação Brasileira de Impresa
“Mais uma vez o aparato bélico do estado é utilizado em uma operação numa área de favela no Rio de Janeiro. As lideranças comunitárias têm reiteradamente alertado que essas ações são espetaculosas e não visam combater o tráfico e o crime organizado. A ABI, no seu papel de defesa dos direitos humanos e por uma vida digna para todos, repudia mais esse ato de violência contra a população do estado do Rio de Janeiro”, diz a nota.
Foto: Reprodução