Por G1
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou nesta quinta-feira (26) que o arquivamento do pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes não foi uma decisão pessoal contra o presidente Jair Bolsonaro.
“Foi uma decisão a partir de um parecer da Advocacia-Geral do Senado, tese com a qual eu concordo. Mas também com consciência política de que precisamos convergir. A separação de poderes nos remete a essa convivência harmônica”, declarou, em videoconferência transmitida pela internet.
Rodrigo Pacheco declarou que respeita “toda e qualquer” crítica de Bolsonaro, e acrescentou que não fará desse episódio um “cavalo de batalha”.
“É preciso respeitar as decisões quando nos desagradam. Não é nada pessoal do Bolsonaro em relação a mim, e nem eu a ele. É uma decisão que precisava ser tomada à luz de critérios jurídicos e políticos”, afirmou.
Na denúncia que apresentou ao Senado, o presidente Jair Bolsonaro pediu que Moraes fosse processado por dois itens previstos no art. 39 da Lei do Impeachment de 1950:
- proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa;
- e proceder de modo incompatível com a honra dignidade e decoro de suas funções.
A Advocacia do Senado e Pacheco, no entanto, não consideraram que a conduta de Moraes se enquadrasse nesses pontos.
Discurso de pacificação
Em evento direcionado para o mercado financeiro, Pacheco avaliou que o momento é de restabelecimento das boas relações entre os poderes para conter as altas da inflação, dos juros e do dólar, e para tentar resolver os problemas de fome, miséria e desemprego no país.
O presidente do Senado disse, também, que tem lutado para que um ambiente de diálogo, de troca de ideias, informações e objetivos comuns prevaleça. Afirmou que, para isso, apartar as instituições não é algo sirva ao Brasil.
“Quando o estado democrático de direito é questionado, isso não é bom para o Brasil para a economia. O Senado não se furtará em buscar o restabelecimento das relações entre os poderes da República. É bom que o governo e o STF possa ter uma compreensão disso. O inimigo é o preço do arroz, do combustível, é a luz elétrica mais cara”, declarou.
Nas últimas semanas, Pacheco já vinha repetindo o discurso sobre a necessidade de pacificar a relação entre os três poderes. Antes mesmo de decidir sobre o pedido de impeachment, Pacheco já havia criticado a medida de Bolsonaro.
Foto: PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO