Por CNN
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou nesta quarta-feira (18) que a “democracia não pode ser questionada como vem sendo”. Ele fez a declaração após participar de um encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.
“Discutimos o momento do país, da democracia, o papel de cada um dos poderes”, declarou Pacheco. “O diálogo entre representantes dos poderes é fundamental e é o pilar essencial na democracia. Buscamos a manutenção do diálogo. Externei o respeito que tenho pelo STF. Exigimos da outra parte o respeito ao Legislativo, e todos devem respeito ao Executivo e exigem reciprocidade”, afirmou.
Segundo o presidente do Senado, ele pediu para Fux “restabelecer diálogo com o Executivo”. “Havíamos estabelecido possibilidade de reunião com o presidente da República (Jair Bolsonaro), o Senado, STF e Câmara (Arthur Lira), eventualmente com o Procurador-Geral da República (Augusto Aras). Essa reunião acabou cancelada, e é muito importante que o diálogo entre o presidente do STF e da República seja restabelecido”.
O encontro de Pacheco com Fux ocorre após críticas de Jair Bolsonaro a ministros da Corte. No último sábado (14), Bolsonaro afirmou em suas redes sociais que levará ao Senado um pedido para instaurar um processo de impeachment contra os ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
“Precisamos de uma pauta propositiva e o ambiente para isso é a democracia. E a democracia não pode ser questionada como vem sendo no país. Eu considero que possa ser um reinício de uma relação positiva entre os poderes”, afirmou Pacheco.
Impeachment dos ministros do STF
Ao ser questionado se conversou sobre o possível pedido de impeachment dos ministros, Pacheco negou qualquer tratativa e disse que o foco é tentar restabelecer o diálogo entre os poderes.
“Não tratamos especificamente de pedidos de impeachment já existentes ou que possam ser eventualmente formulados. Essa talvez seja uma questão paralela, porque o mais importante é restabelecer o diálogo entre os poderes e termos discussões de pontos que sejam [de interesse] nacionais”, destacou. “Formulações de pedidos específicos de impeachment cabe a quem deva apreciar ou julgar a decisão. Isso será feito na rotina do Senado Federal”.
Além disso, o presidente do Senado ressaltou ser necessário ter responsabilidade para não “banalizar”, como ele mesmo diz, possíveis pedidos de impeachment.
“É grave, excepcional e que só é aplicado em casos muito específicos. Portanto, é um critério de natureza politica, mas jurídico e técnico, tanto impeachment de ministro do Supremo, quanto de presidente da República”.
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