Jornalista da Band Minas, Metro-BH, Radio Itatiaia, Revista Exclusive, autor do livro Quase História – Bastidores da Política Mineira, presidente do Centro de Cronistas Políticos de Minas Gerais.
Carlos Lindenberg foi do Estado de Minas, VEJA, O Globo, Rede Globo, Hoje em Dia e além de Quase História, participou da coletânea que traçou o perfil do governador Hélio Garcia.
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Não foi por acaso que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, chamou na semana passada o Planalto de “Usina de Crises”. Ora, às vésperas da votação do único …
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, não deve ter gostado do que ouviu ontem em mais uma investida do The Intercept Brasil que divulgou uma suposta troca de telefonemas entre o então magistrado de Curitiba e o procurador Deltan Dallagnol em que o juiz estranhava a tentativa do Ministério Público em querer processar o ex-presidente Fernando Henrique para dar a impressão de que a lava jato não investigava apenas o PT. Segundo o Intercept Brasil o diálogo entre Moro e Dallagnol ocorreu dia 13 de abril de 2017, um dia depois de o Jornal Nacional ter divulgado uma reportagem colocando Fernando Henrique em suspeição por conta de um possível caixa dois numa delação de Emilio Odebrecht, que doava dinheiro para todo mundo que podia de alguma forma beneficiar a sua empresa. O caso, no entanto, foi parar no Ministério Público de São Paulo e não deu em nada. Assim também como até hoje ninguém sabe quem produziu o vazamento. Mas o juiz Moro reclamou com Dallagnol porque estaria abre aspas melindrando alguém cujo apoio é importante fecha aspas tendo Dallagnol justificado que isso abre aspas daria a impressão de que as investigações eram imparciais fecha aspas
O ministro Sérgio Moro vai à Comissão de Constituição e Justiça nesta quarta feira para explicações sobre o vazamento de conversas suas com o procurador Deltan Dallagnol. As conversas telefônicas entre eles, segundo o Intercept Brasil, revelariam uma certa tendência do juiz da causa, que precisa ser imparcial, em favor da Lava Jato, ou seja, em favor dos procuradores e em desfavor dos réus, notadamente quando este era o ex-presidente Lula. Deve-se registrar que foi Sérgio Moro quem se ofereceu para comparecer a essa reunião, até porque a oposição ameaça pedir a constituição de uma CPI para apurar o caso. De todo modo, o ministro da Justiça e ex-juiz de Curitiba não esperava nada parecido com o que surgiu ontem, ainda que o Intercept Brasil diz possuir horas e mais horas de escuta entre o ex-juiz e os procuradores da Lava Jato.
Sérgio Moro vai prestar esclarecimentos – o que é diferente de depoimento – um dia após o governo amargar mais uma derrota no Senado. Por 47 a 28 votos o Senado aprovou projeto que anula o chamado decreto das armas do presidente Bolsonaro, editado em janeiro para flexibilizar as normas de posse e porte de armas de fogo. O decreto agora irá para Câmara dos Deputados, ontem, o Senado não deu ouvidos ao apelo do presidente Bolsonaro para que os parlamentares abrem aspas não deixassem o decreto morrer fecha aspas. A derrota não estaria lastreada no mérito do decreto, mas na invasão de competência, isto é, Bolsonaro está invadindo a competência do Congresso ao querer legislar por meio de decretos. Na Câmara a situação é menos perigosa para o governo, dado ao apoio da bancada ruralista que prefere manter a posse e o porte de armas em suas propriedades. Mas a expectativa hoje é para a ida de Sérgio Moro ao Senado.