Jornalista da Band Minas, Metro-BH, Radio Itatiaia, Revista Exclusive, autor do livro Quase História – Bastidores da Política Mineira, presidente do Centro de Cronistas Políticos de Minas Gerais.
Carlos Lindenberg foi do Estado de Minas, VEJA, O Globo, Rede Globo, Hoje em Dia e além de Quase História, participou da coletânea que traçou o perfil do governador Hélio Garcia.
Não foi por acaso que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, chamou na semana passada o Planalto de “Usina de Crises”. Ora, às vésperas da votação do único projeto de relevância para o país, o da reforma da Previdência, boa ou ruim, o Planalto resolve tirar o economista Joaquim Levy da presidência do BNDES da maneira mais heterodoxa possível: numa entrevista à imprensa e anunciando que a cabeça do presidente do banco estava a prêmio – e que o presidente, ele mesmo, Bolsonaro, estava “por aqui” com Joaquim Levy por que ele não vinha cumprindo as suas ordens. Que ordens eram essas, o presidente não explicou. Supôs-se na interpretação dos jornalistas que era a abertura da famosa “caixa-preta” do BNDES, onde estariam escondidos quem sabe alguns supostos escândalos da era petista.
Mas, convenhamos, não é assim que se demite um presidente do principal banco do país.
Resultado: as bolsas abriram em baixa hoje e o dólar subiu, como anteviram ontem os analistas de mercado e economistas do porte de Mailson da Nóbrega. Embora já conheça de sobra o presidente da República, a sua decisão assustou até mesmo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que se disse “perplexo” com o tratamento dado por Paulo Guedes e sua trupe a Joaquim Levy. Na verdade, pelo que se deduz, o que Bolsonaro queria mesmo, segundo o blog da Andrea Sadi, nem era a abertura das caixas-pretas, mas a demissão de Marcos Pinto, diretor de Mercado de capitais do BNDES. Guedes, agora, vai buscar um outro nome para o lugar de Levy, que ele mesmo nomeou.