O funeral de um pontífice é um marco significativo para a Igreja Católica e para milhões de seguidores ao redor do planeta. Papa Francisco, que faleceu aos 88 anos na madrugada desta segunda-feira (21/4), havia deixado claro em vida seu desejo de não ser sepultado no Vaticano — algo que não acontece há mais de 100 anos.
Diferente de seus antecessores, Francisco escolheu como local de descanso a Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, uma das mais emblemáticas igrejas dedicadas à Virgem Maria. A escolha reflete a profunda devoção mariana que acompanhou o pontífice argentino ao longo de sua trajetória religiosa.
Outra mudança diz respeito ao modelo de caixão. Tradicionalmente, os papas eram enterrados em três camadas de urnas: uma de cipreste, outra de chumbo e uma terceira de carvalho. No entanto, Francisco optou por um caixão único, feito de madeira e com revestimento interno em zinco — uma decisão alinhada com seu estilo de vida simples e sua visão pastoral despojada.
“Quero ser sepultado em Santa Maria Maior por conta da minha profunda devoção”, declarou o papa em 2023, ao revelar seu desejo de não repousar junto aos demais pontífices na Basílica de São Pedro.
Últimas aparições públicas
Francisco esteve hospitalizado por cerca de 40 dias após o diagnóstico de pneumonia em ambos os pulmões. Apesar da fragilidade de saúde, apareceu em público no sábado (19/4), durante cerimônia na Basílica de São Pedro. No dia seguinte, no Domingo de Páscoa (20/4), fez uma nova aparição na Praça de São Pedro, onde abençoou os fiéis presentes.
Durante essa última mensagem pascal, o pontífice dirigiu um apelo enfático aos líderes mundiais, pedindo que resistam ao medo e direcionem recursos para combater a fome, apoiar os necessitados e promover ações voltadas ao desenvolvimento.
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