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Passagem de ônibus em BH aumenta de R$ 4,50 para R$ 5,25 De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, o reajuste vai entrar em vigor a partir da próxima sexta-feira (29/12).

27 de dezembro de 2023, 08h01 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) anunciou, nesta terça-feira (26/12), o aumento da passagem de ônibus da capital de R$ 4,50 para R$ 5,25. O reajuste, de 16,6%, vai entrar em vigor a partir da próxima sexta (29/12).

O montante anunciado pela PBH é superior às projeções feitas pelo Executivo no Orçamento aprovado na Câmara Municipal no início do mês. Na peça enviada aos vereadores, a prefeitura previa inicialmente o repasse de R$ 392 milhões de subsídio e projetava dois cenários de tarifa no próximo ano: R$ 4,50 e R$ 5.

Em entrevista a FM O TEMPO, o superintendente de Mobilidade Urbana, André Dantas, atribuiu o reajuste acima das expectativas, principalmente, à compra de 500 novos ônibus em 2023, e destacou que o valor da passagem não era reajustado desde dezembro de 2018, quando a tarifa havia passado de R$ 4,20 para R$ 4,50.

“É um conjunto de itens que compõe a variação dos custos, mas, em particular, para 2024, há um peso muito grande relacionado com a aquisição de novos veículos. Com a frota mais nova (…) reduz em termos de custos de peças e acessórios, mas nós precisamos remunerar pelo investimento realizado. Então é sempre um equilíbrio entre a melhoria da qualidade e o aumento dos custos”, explicou Dantas.

Apesar da fala do superintendente, a compra de novos veículos já estava prevista no subsídio de R$ 512, 8 milhões repassado às empresas neste ano. Como contrapartida, as concessionárias deveriam aumentar em 10% o número de viagens e comprar ao menos 180 novos carros, além de substituir 240 veículos que já haviam excedido a idade máxima. À época ficou definido também uma série de gratuidades no transporte coletivo, como tarifa zero para as linhas de vilas e favelas e passe livre estudantil.

Subsídio. Questionado sobre o valor de subsídio pago às concessionárias, o superintendente de mobilidade se esquivou e disse apenas que o valor da tarifa desde o ano passado não é definido mais pelas empresas, mas leva em consideração a previsão de custos para o próximo ano. Segundo ele, neste ano, o custo total do sistema foi de R$ 1,3 bilhão.

“É uma planilha de custos identificando todos os itens que vão ser necessários para produzir os serviços, entra combustível, pneu, mão de obra, remuneração, depreciação, tributação (…) É uma conta de apuração dos custos com base em evidências”, pontuou.

Conforme havia publicado O TEMPO, a Prefeitura de Belo Horizonte pretendia destinar inicialmente R$ 392 milhões do Orçamento previsto para o próximo ano para o pagamento do subsídio às empresas de ônibus da capital. O montante representava 34,2% do Orçamento estimado para mobilidade no município em 2024.

Na ocasião, o superintendente de Mobilidade Urbana afirmou que esperava a ajuda do governo federal e até mesmo da Câmara Municipal para bancar parte do subsídio. Neste ano, os empresários de ônibus receberam R$ 392 milhões do caixa da prefeitura e R$ 120 milhões da Câmara Municipal.

Durante a entrevista nesta terça-feira, André Dantas, sinalizou, no entanto, que em meio aos embates entre o prefeito Fuad Noman (PSD) e o presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (sem partido), uma possível ajuda deve vir somente da União.

“Concretamente, eu devo dizer que a perspectiva mais provável é realmente um aporte do governo federal a todos os municípios que têm transporte coletivo organizado”, disse Dantas quando contestado se a prefeitura contaria para o próximo com uma nova ajuda da Câmara Municipal.

Nos últimos meses, em entrevista à imprensa, o prefeito Fuad Noman admitiu um aumento no preço da passagem, mas disse que o reajuste seria pequeno. O chefe do Executivo na ocasião chegou minimizar as projeções orçamentárias dizendo que os valores eram apenas uma previsão inicial que ainda poderiam sofrer alterações com a chegada de novas receitas.

Projeto de resolução.

O presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (sem partido), afirmou que vai propor um projeto de resolução para derrubar o reajuste. Em nota, ele criticou o prefeito Fuad Noman (PSD), que, segundo ele, fala “em aumento de passagem para aliviar os próprios cofres, mas nunca em aumento de qualidade”.

“O prefeito Fuad, primeiro, quis enganar a população, dizendo que não haveria aumento. Depois, diante das minhas cobranças, afirmou que era uma bobagem. E, por último, admitiu que poderia ter um pequeno aumento”, disse, apontando que o reajuste foi feito no “apagar das luzes” pelo Executivo.

Veja os valores da passagem

Serviço convencional
– Linhas perimetrais, radiais, semi-expressas, diametrais, troncais e MOVE – R$ 4,50 para R$ 5,25
– Linhas circulares e alimentadoras – R$ 4,20 para R$ 5,00
– Linhas de vilas e favelas – Gratuito

Serviço Suplementar
– Linhas longas – R$4,20 para R$5,00
– Linhas intermediárias 1 – R$4,20 para R$5,00
– Linhas intermediárias 2 – R$4,50 para R$5,25
– Linhas curtas – R$2,00 para R$2,50

Com informações do OTempo.
Foto: Uarlen Valerio – 19.12.2019.

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