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PDT lança oficialmente Ciro Gomes como candidato à Presidência da República Partido aprovou candidatura do ex-governador em convenção nacional do partido nesta quarta, em Brasília. Ciro, que tenta pela quarta vez chegar ao Palácio do Planalto, ainda não anunciou vice.

20 de julho de 2022, 17h56 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por G1

O PDT aprovou em convenção nacional nesta quarta-feira (20), por aclamação e sem votos contrários, a escolha de Ciro Gomes (CE) como candidato à Presidência da República.

A oficialização da candidatura foi realizada na sede nacional da sigla, em Brasília, no primeiro dia do período para realização das convenções partidárias, conforme o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ex-ministro da Fazenda e ex-governador do Ceará, Ciro vai disputar o Palácio do Planalto pela quarta vez. Embora não tenha chegado ao segundo turno nas últimas três tentativas (1998, 2002 e 2018), registrou o melhor desempenho no último pleito, com pouco mais de 13,3 milhões de votos.

Com 8% das intenções em 2022, de acordo com o último levantamento do instituto Datafolha, e atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), o pedetista quer fazer das eleições um “plebiscito de ideias”. Para isso, ele se apresenta como uma alternativa à polarização e “contra esse sistema”.

A campanha de Ciro adotou o lema “vote em um e se livre dos dois”, em referência a Lula e a Bolsonaro. Segundo o agora candidato, os nomes do PT e do PL representam um “vazio de ideias”.

O desejo de tentar furar os primeiros colocados pode ser conferida também na estratégia publicitária, que carrega a assinatura “Prefiro Ciro” e está estampada por toda a sede nacional do PDT, em Brasília.

Propostas

Aos 64 anos, Ciro Gomes apoia a candidatura em um projeto nacional de desenvolvimento, publicado por ele, em 2020, no livro “Projeto Nacional: O Dever da Esperança”, e recicla propostas da campanha derrotada ao Planalto em 2018.

Se eleito, Ciro se compromete, entre outros pontos, a:

  • revogar o teto de gastos, chamado por ele de “ficção fraudulenta”;
  • revisar o tripé macroeconômico (meta de inflação, câmbio flutuante e meta fiscal);
  • rever a autonomia do Banco Central;
  • criar um plano emergencial de pleno emprego para, segundo ele, “gerar 5 milhões de vagas nos dois primeiros anos de governo”;
  • revisar a política de preços da Petrobras;
  • implantar um programa de renda mínima universal;
  • investir em escolas federais de tempo integral;
  • criar um complexo industrial da saúde para a produção de medicamentos.

O candidato também defende as reformas tributária e da Previdência. Na última, Ciro repete proposta de 2018 com a adoção do regime de capitalização. Na revisão dos tributos, Ciro vem detalhando em 2022 a proposta que já havia defendido há quatro anos.

O candidato propõe a regulamentação do imposto sobre grandes fortunas, com alíquota seria progressiva para patrimônios acima de R$ 20 milhões; a tributação de lucros e dividendos; a implantação de um caráter progressivo no imposto sobre heranças e doações; e “reduzir o conjunto de impostos sobre a renda a dois impostos gerais, o de pessoa física e o de pessoa jurídica”.

Alianças

Conhecido pelo temperamento explosivo, Ciro tem negado que os discursos e falas inflamadas o afastaram das negociações com outros partidos. Ele tem atribuído o isolamento à defesa do projeto nacional de desenvolvimento e às ideias defendidas por ele.

O afastamento das negociações fez com que o PDT e Ciro Gomes chegassem à convenção desta quarta sem propostas de coligação – aliança entre dois ou mais partidos permitida para as disputas aos cargos de presidente, governador, senador e prefeito – e indicados a candidato a vice-presidente.

Segundo o presidente do partido, Carlos Lupi, os membros do PDT decidiram, nesta quarta, permitir à executiva nacional da sigla a continuidade das negociações com outras legendas e delegar ao mesmo colegiado o poder para decidir sobre eventuais coligações e candidatos a vice.

Lupi defende que é preciso “maturar” a escolha e aguardar até o último dia das convenções partidárias, em 5 de agosto, para avaliar o cenário. Para ele, Ciro Gomes ainda vai crescer nas pesquisas de intenção de voto, o que pode fazer com que outras siglas comecem a “olhar com mais atenção” para o pedetista. O prazo máximo para o registro das candidaturas no TSE é dia 15 de agosto.

Apesar das tentativas, o partido e os coordenadores da campanha de Ciro já se preparam para a hipótese de uma chapa pura, apenas com filiados ao PDT.

Em 2018, o cenário foi parecido para o ex-governador do Ceará. O PDT chegou à convenção sem um nome para vice e sem alianças. O partido, no entanto, conseguiu fechar no penúltimo dia das convenções uma aliança com o Avante. A vice foi revelada um dia depois, no último dia das convenções. A escolhida, porém, foi a senadora Kátia Abreu, à época filiada ao próprio PDT; hoje integrante do PP.

Trajetória política

Advogado e professor universitário, Ciro nasceu em uma família com tradição política no Ceará. Além do PDT, passou por outros seis partidos – PDS, PMDB, PSDB, PPS, PSB e PROS.

Por pressão do pai, então prefeito de Sobral (CE), foi eleito e reeleito, em 1982 e 1986, para mandato de deputado estadual no Ceará pelo extinto PDS. Foi líder do governo Tasso Jereissati na assembleia estadual cearense. A convite do então governador, decidiu disputar a Prefeitura de Fortaleza em 1988 pelo MDB. Foi eleito com pouco mais de 179 mil votos, 30,55%.

Ficou somente 15 meses como prefeito. Deixou a prefeitura para disputar, mais uma vez a convite de Tasso, o governo do Ceará em 1990. Desta vez pelo recém-criado PSDB. Tornou-se o primeiro governador eleito pelo partido. Ciro alcançou 1,2 milhões de votos (54,31% dos votos válidos).

A poucos meses do término do mandato de governador, em setembro de 1994, deixou a chefia do Executivo estadual para assumir o Ministério da Fazenda do então presidente Itamar Franco. A passagem durou quatro meses.

Em entrevistas, Ciro afirmou ter recusado convites para disputar a Prefeitura de Fortaleza em 1996. Ele só voltou às urnas em 1998, quando concorreu, pela primeira vez, à Presidência pelo PPS. Ficou em terceiro lugar, com 10,9% dos votos. Na segunda tentativa, em 2002, repetiu a candidatura pelo PPS. Com 11,9% dos votos, ficou em quarto lugar.

Sem mandato, Ciro foi convidado pelo presidente eleito em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva, para assumir o Ministério da Integração Nacional. Ele deixou o cargo em 2006 para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo PSB. Foi eleito com o segundo maior número de votos naquele ano.

Em 2010, decidiu não disputar as eleições. Apoiou a então candidata Dilma Rousseff (PT) na corrida ao Planalto. Voltou à política somente em 2013, quando a convite do irmão, Cid Gomes, passou a chefiar a Secretaria de Saúde do Ceará.

Após passagem pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em 2018, decidiu, mais uma vez, disputar a Presidência em 2018, agora filiado ao PDT. Conseguiu o melhor desempenho eleitoral, ficando em terceiro com 12,47% dos votos.

Foto: PDT Nacional/Divulgação

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