Quatro em cada dez brasileiros não sabem dizer o que Jair Bolsonaro fez de positivo nesses seis meses de governo, revelou um novo levantamento do Datafolha, divulgado nesta segunda-feira (22).
Pouco mais de 2 mil pessoas com mais de 16 anos em 130 cidades foram ouvidas. A pesquisa foi realizada nos dias 4 e 5 de junho, antes da aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados, da indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada brasileira nos Estados Unidos, da declaração sobre a inexistência de fome no Brasil e do flagra no microfone se referindo aos ‘governadores da Paraíba’.
Quando questionados sobre o que de melhor o presidente havia feito no período, 39% dos entrevistados responderam “nada”. Outros 19% não souberam responder à pergunta. Esse percentual sobe para 45% entre mulheres e pessoas com apenas o ensino fundamental, para 46% entre negros, para 47% no Nordeste, para 52% entre adeptos de religiões de matrizes africanas.O número chega a 76% na faixa dos que avaliam a gestão de Bolsonaro como “ruim ou péssima”.
Dos entrevistados que afirmaram ter votado em Bolsonaro para presidente, 17% responderam não ver ações positivas do governo. Do outro lado, 8% das pessoas ouvidas na pesquisa avaliaram ter percebido avanços na segurança. Os homens são os que mais fizeram elogios ao governo, assim como cidadãos do Norte e do Centro-Oeste (11%) e simpatizantes do PSDB (20%).
As ações mais elogiadas pelos entrevistados, segundo a pesquisa, foram a reforma da Previdência (7%), e o combate à corrupção (4%). Para outros 4%, merece destaque a flexibilização do porte de armas no país. 2% citou a política externa e a escolha do time do governo; e, para 1%, foi positivo acabar com o horário de verão e nomear Sérgio Moro como Ministro da Justiça.
Já o outro lado, quando perguntado para os entrevistados sobre o que Bolsonaro teria feito de pior na atual gestão, 18% disseram que nada. Entre os evangélicos, o número vai a 22% e entre os maiores de 60 anos, a 25%. Outros 36% consideram o governo “bom ou ótimo”.
Em primeiro lugar entre as iniciativas ruins, o decreto das armas foi mencionado por 21% dos entrevistados, e 19% não souberam responder a pergunta. O repúdio é maior entre os negros (25%), quem avalia o governo como ruim ou péssimo (27%) e espíritas (28%).
Em seguida, na lista de piores medidas, aparece a reforma da Previdência (12%) e imagem pública (9%) —este último quesito inclui declarações consideradas desnecessárias, uso de palavras ofensivas, postura em relação aos filhos e articulação política.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%.
Foto: Adriano Machado/Reuters