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PF acusa direção da Abin de impedir investigação mesmo após ordem do STF

28 de janeiro de 2024, 16h00 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

A Polícia Federal revelou uma possível tentativa de obstrução de justiça por parte da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em sua sede na última quinta-feira (25).

Agentes relataram ter enfrentado obstáculos ao tentar acessar documentos, sendo questionados sobre a extensão dos mandados, o que levou a PF a acionar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para um novo despacho. A Abin foi procurada pelo blog para comentar a situação.

A ação judicial visava acessar documentos relacionados à chamada “Abin paralela”, suspeita de realizar espionagem ilegal. No entanto, os agentes foram confrontados sobre a amplitude da decisão judicial, e a atual direção da agência dificultou o acesso, conforme apurado pelo “O Globo”.

Diante das dificuldades, a PF recorreu ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, para obter uma nova autorização. Somente após essa intervenção, os investigadores afirmam ter conseguido acesso aos dados cruciais para a continuidade da investigação.

A PF está colaborando com a Controladoria Geral da União (CGU), sob o comando do ministro Vinicius Carvalho. O STF autorizou a CGU a ter acesso ao material da investigação, permitindo à PF aprofundar as apurações sobre a alegada Abin paralela.

O governo do presidente Lula está avaliando a possibilidade de demitir a cúpula da Abin. Alessandro Moretti, o segundo no comando, já parece estar com os dias contatos, mas há uma ala do governo, liderada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, que tenta manter Luiz Fernando Correa, chefe da Abin, em seu cargo.

Ministros do STF também manifestaram que consideram a situação de Correa insustentável, uma visão compartilhada por investigadores da PF. No entanto, Lula ainda não tomou uma decisão definitiva sobre a posição do principal responsável pela agência, conforme relatos de assessores próximos.

As investigações indicam que a Abin mantinha uma ala paralela envolvida em espionagem ilegal, utilizando o software israelense FirstMile. Essa ferramenta permitia a monitoração de dispositivos móveis por meio de dados de GPS, possibilitando não apenas o rastreamento das pessoas monitoradas, mas também a identificação de encontros entre elas.

Com informações do Diário do Centro do Mundo.
Foto: Wilton Junior.

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