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PF encontra delações sigilosas do caso Marielle em HD apreendido com Brazão

25 de maio de 2024, 14h43 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

A Polícia Federal encontrou arquivos de delações premiadas em um HD externo apreendido na casa de Domingos Brazão, ex-deputado e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ). Brazão é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes em 2018.

Entre os documentos encontrados no HD, estavam os termos de declarações de delações sigilosas do ex-presidente do TCE Jonas Lopes Filho e de seu filho, Jonas Lopes Neto. Ambos implicaram Brazão em um esquema de corrupção que foi alvo da Operação Quinto do Ouro, um desdobramento da Lava-Jato no Rio de Janeiro. Essas delações foram fundamentais para a prisão de Brazão em 2017.

A colaboração de Jonas Filho revelou que Brazão ameaçou de morte quem o delatasse. Em um relato detalhado, Lopes contou que Brazão disse que mandaria assassinar o conselheiro José Maurício Nolasco e seus familiares caso ele decidisse colaborar com a Justiça.

“Se ele fizer isso, ele morre. Eu começo por um neto, depois um filho, faço ele sofrer muito, e por último ele morre”, teria dito Brazão durante um almoço na sede do TCE no Centro do Rio, na presença de outros três conselheiros.

Jonas Filho relatou que ficou “aterrorizado” com a ameaça de Brazão. Curiosamente, foi Lopes, e não Nolasco, quem acabou fechando um acordo de colaboração premiada com a Justiça. Lopes também mencionou ter sido ameaçado por Brazão uma semana antes da deflagração da Operação Quinto do Ouro, conforme revelou o colunista Lauro Jardim em 2017.

Outro documento encontrado no HD era uma delação do ex-policial militar Elcio Queiroz, que confessou ter dirigido o carro usado na perseguição e execução de Marielle Franco em março de 2018.

Segundo a PF, Queiroz afirmou que o assassino, Ronnie Lessa, estava no banco de trás do veículo e foi quem efetuou os disparos. A delação de Queiroz foi crucial para convencer Lessa a entregar os mandantes do crime, incluindo Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa.

A PF destacou no relatório complementar que os arquivos encontrados no HD de Brazão continham trechos com as assinaturas de policiais federais, advogados e outras partes envolvidas nas delações. As mensagens, encontradas em um grupo de WhatsApp, sugerem tentativas de obstrução da investigação. No entanto, a PF não conseguiu determinar exatamente como essas informações foram obtidas e que uso foi feito delas.

Com informações do Diário do Centro do Mundo.
Foto: reprodução.

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