Por ALMG
A referência à pluralidade do Estado marcou o pronunciamento do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Agostinho Patrus (PV), na abertura do evento on line “Cultura, modernidade e tradição: Minas Gerais 300 anos”. A atividade, na manhã desta quinta-feira (10/12/20), foi transmitida pelo canal da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) no YouTube.
“Minas é plural em seu nome, é diversa. E nesse mosaico tem sua força”, destacou o presidente da ALMG, que também enfatizou que o Estado forjou homens e mulheres que levam à frente a tradição da liberdade, do respeito ao próximo, da busca pelo consenso e também da briga quando necessária.
O evento, que é realizado ao longo desta quinta (10), em comemoração ao tricentenário do Estado, inclui o lançamento do livro “Orbe e Encruzilhada: Minas Gerais 300 anos”, debates acadêmicos e uma apresentação do Ars Nova – Coral da UFMG, tudo transmitido pelo canal da universidade no YouTube.
O calendário de comemorações dos 300 anos, iniciado em março de 2020, foi organizado pela ALMG com a curadoria da UFMG e recebeu a adesão também do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), do Ministério Público, do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e da Defensoria Pública de Minas Gerais, com a colaboração de outras instituições.
O deputado Agostinho Patrus lembrou que o evento foi planejado antes de a pandemia de Covid-19 ter início e que ela impôs a necessidade de adaptações. Contudo, salientou a importância de reverenciar a história, mesmo neste cenário de dificuldades.
Momento deve propiciar reflexão
A reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, enfatizou que, além de ser uma data comemorativa, os 300 anos de Minas devem promover a reflexão. “Minas faz, neste momento, o movimento de lembrar do passado, refletir sobre este momento difícil de isolamento social e projetar o futuro”, disse.
Ela defendeu uma articulação contínua para se construir um Estado mais inclusivo, onde se produz riqueza a partir do conhecimento, onde se busca a liberdade e se pensa sobre as desigualdades sociais que tanto marcam Minas e o Brasil.
Também salientou a necessidade de se refletir sobre o presente o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Paulo Beirão. “Vivemos uma profunda crise moral, criada pelos falsos moralistas, com reflexos profundos no bem estar da sociedade e na nossa economia”, afirmou.
Segundo Paulo Beirão, é preciso pensar sobre o que foi feito de certo e de errado ao longo desses anos e o que pode ser feito para que os próximos anos sejam melhores, com menos desigualdades e fundados no amor pela verdade.
Também reforçou esse pensamento o reitor da Universidade Federal de Alfenas (Sul), Sandro Cerveira. Ele defendeu ainda o papel das instituições públicas de ensino superior para a construção de uma sociedade mais justa, livre e solidária.
“Cabe às universidades públicas dizer à sociedade aquilo que ela não quer ouvir. A liberdade começa com possibilidade de se dizer não”, afirmou.
Parceria entre ALMG e UFMG
Sandro Cerveira salientou ainda a importância de o Legislativo convidar a UFMG e outras instituições para essa reflexão. Ele também defendeu um diálogo contínuo para o fortalecimento da ciência.
Também mencionou essa parceria a reitora Sandra Goulart. Ela lembrou que a ALMG e a universidade assinaram acordo de cooperação para a celebração do tricentenário em março deste ano. “Nossa parceria foi além disso e se estendeu também ao enfrentamento da pandemia”, relembrou.
Uma das iniciativas nesse sentido foi convênio celebrado entre as instituições para o repasse de R$ 1,5 milhão a três projetos em andamento na UFMG: um de telemedicina e outros dois para o desenvolvimento de um ventilador hospitalar mecânico e a produção e distribuição de máscaras faciais de acrílico.
Tricentenário – Os três séculos de criação de Minas Gerais têm como referência o desmembramento da antiga capitania de São Paulo e Minas do Ouro, formalizado pela Coroa Portuguesa em 2 de dezembro de 1720.
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