Um homem de 60 anos foi preso em flagrante pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), nessa quarta-feira (6), suspeito de ser o proprietário de local que recebia descartes irregulares de resíduos sólidos, também conhecidos como “bota-fora”, no bairro Pilar, em Belo Horizonte.
Ainda segundo a instituição, dois caminhões foram flagrados transportando os rejeitos para o local clandestino, que possui uma área de aproximadamente cinco mil metros quadrados. A PCMG afirmou ter provas de que o depósito recebia resíduos irregularmente desde, pelo menos, o ano de 2018, e que seu responsável recebia cerca de R$ 50 por caçamba de material descartado irregularmente.
Além do proprietário do local, também foram detidos durante a operação dois transportadores de resíduos sólidos, que foram ouvidos na Delegacia e posteriormente liberados mediante pagamento de fiança. O proprietário do local de despejo continua preso, uma vez que se trata de crime inafiançável. O suspeito irá responder pelos crimes de falta de licenciamento ambiental e poluição ambiental, com penas previstas de quatro anos de prisão, além de aplicação de multa.
De acordo com a Polícia Civil, os três envolvidos negaram os crimes, embora os policiais tenham filmado toda a ação. Seus nomes não foram divulgados à imprensa devido à legislação.
O Delegado responsável pelas investigações, Luiz Otávio Braga, do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), informou que, além da atuação da PCMG na esfera criminal, com apoio da Prefeitura de Belo Horizonte, foi possível fiscalizar o funcionamento clandestino, aplicando-se, assim, diversas autuações e multas também na área administrativa. “O que nos chamou a atenção é que os suspeitos negaram toda a prática criminosa, mesmo sendo apresentadas as filmagens que mostravam o flagrante do despejo dos materiais”, disse.
As toneladas de materiais encontradas na localidade, que são de todos os tipos sólidos, como restos orgânicos e entulhos de construção civil, tiveram amostras recolhidas e passarão por perícia para apontar as consequências ambientais após conclusão dos laudos. “É possível que os danos ambientais sejam irreversíveis, uma vez que foram colhidas amostras de diversos resíduos de tipos tóxicos nos descartes”, adiantou Paulon. O delegado informou, ainda, que as investigações continuam com o objetivo de identificar a origem dos resíduos e a identificação de outros transportadores que utilizavam o despejo clandestino. Suspeita-se que os materiais vinham de toda a capital mineira.
Foto: PCMG