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Polícia Federal deflagra operação para combater venda de vagas na Faculdade de Medicina da UFMG De acordo com PF, o esquema movimentou mais de R$ 1 milhão de reais nas contas bancárias dos suspeitos.

14 de setembro de 2020, 17h38 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta segunda-feira (14), a “Operação Hipócrates”, para combater uma associação criminosa especializada na venda de vagas na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

De acordo com a PF, há indícios de que a organização criminosa atuava também em faculdades de medicina de outros estados brasileiros. O esquema movimentou mais de R$ 1 milhão de reais nas contas bancárias dos suspeitos.

A Polícia Federal pediu o bloqueio judicial das contas dos investigados e cumpriu mandados de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal de Belo Horizonte. Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios de Contagem, na Grande BH, Goiânia (GO) e Rio de Janeiro (RJ).

Durante a investigação, que durou mais de um ano, identificou-se que os estelionatários teriam utilizado documentos falsificados, com timbre e assinaturas falsificadas de servidores da Faculdade de Medicina.

Os envolvidos também teriam feito reuniões e entregas desses documentos nas dependências da universidade, para dar aparente credibilidade às negociações ilícitas.

Os interessados nas vagas, segundo as investigações, pagavam por meio de depósitos bancários em contas vinculadas aos estelionatários e também com a transferência de bens, como carros por exemplo, que chegava a R$ 300 mil em cada caso.

Entretanto, como as vagas negociadas não existiam, os compradores entravam em contato com a Faculdade, para saber o que teria ocorrido.

As contas bancárias foram usadas para movimentar mais de R$ 1 milhão.

Segundo o delegado federal Adriano Gechele de Freitas, os criminosos receberam valores de pessoas de várias partes do Brasil, o que leva a crer que faziam também em outras faculdades.

Os investigados responderão pelos crimes de estelionato, falsificação de documento, uso de documento falso e associação criminosa, podendo cumprir até 20 anos de prisão, se condenados.

Por nota, a UFMG informou que partiu da Universidade a solicitação pela investigação ao ter conhecimento da existência de pessoas que estavam reivindicando o acesso a vagas por meio do suposto esquema. A UFMG reforçou que atua em colaboração com as autoridades competentes e informa que nenhum dos envolvidos tem vínculos conhecidos com a Universidade.

Ainda de acordo com a nota, a UFMG ressaltou que a única forma de entrada de estudantes em todos os seus 91 cursos de graduação se dá por meio do Sisu, Sistema de Seleção Unificada, gerido pelo Ministério da Educação. A Universidade reitera seu compromisso público com a transparência e irá denunciar e combater toda e qualquer tentativa criminosa de oferta de vagas relacionada à instituição.

Matéria atualizada às 22h00.

Foto: Reprodução/Facebook Faculdade de Medicina

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