Por CNN
A Polícia Federal (PF) decidiu intimar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a depor no inquérito sobre as joias presenteadas pela Arábia Saudita. Foram três estojos presenteados, sendo que dois deles teriam ficado com Bolsonaro.
O ex-presidente deve ser ouvido na próxima quarta-feira (5), às 14h. Ainda não foi confirmado se o depoimento será presencial ou virtual. O tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, também deverá ser ouvido.
O voo de Bolsonaro está previsto para desembarcar às 7h10, em Brasília, e muitos apoiadores do ex-presidente indicaram que gostariam de recepcionar o político já no saguão. A concentração, no entanto, não deve ser autorizada pelas forças de segurança.
Presentes “sem direcionamento”
Em depoimento à Polícia Federal (PF) no dia 14 de março, o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque afirmou que as joias (do estojo feminino) foram enviadas “sem direcionamento”.
Ele também ressaltou que entendeu que recebeu os pacotes na qualidade de representante do governo brasileiro e que, assim, a destinação seria para a administração federal, mas que não houve direcionamento no país do Oriente Médio para quem as joias deveriam ir.
Conforme antecipado por Iuri Pitta, analista de Política da CNN, Albuquerque pretendia dizer que a resposta dele aos servidores da Receita Federal de que as joias seriam para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro foi feita “no momento”, pois também teria sido pego de surpresa com o conteúdo dos pacotes.
A alegação é que nem ele, nem seu assessor teriam conhecimento de que os presentes se tratavam de joias. Disse ainda que assinou um termo em árabe relatando o recebimento de dois volumes lacrados; que perguntou ao mensageiro saudita do que se tratava e este respondeu que era apenas o entregador, não sabia.
Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino