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Policial militar será indiciado por feminicídio em Vespasiano

14 de novembro de 2019, 21h09 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Com o cumprimento do mandado de prisão preventiva contra o sargento da Polícia Militar Glaysson de Souza Costa, 46 anos, nesta quinta-feira (14), suspeito de matar a companheira, Patrícia Salviano Irrthum, de 23, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) colheu todos os elementos necessários ao indiciamento do policial pelo crime de feminicídio.

A vítima havia sido encontrada morta no dia 4 de novembro, no bairro Gávea, em Vespasiano, Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde morava. Ela estava deitada na cama já sem vida. Posteriormente, os laudos periciais da PCMG confirmaram que a mulher sofreu três tiros de arma de fogo nas regiões da nuca, cabeça e peito.

Glayson, que se apresentou primeiramente ao 16º Batalhão da Polícia Militar e depois foi transferido para a Delegacia de Homicídios em Vespasiano, reservou-se ao direito de ficar em silêncio e não colaborou com as investigações. A arma do crime também, até o momento, não foi encontrada.

Contudo, conforme explicou o Delegado responsável pelo inquérito, Maycon Guimarães, provas testemunhais e materiais indicam a provável motivação do crime. ¿Inicialmente obtivemos o conteúdo das mensagens do suspeito que estavam no celular da vítima, que eram transmitidas para amigos e colegas de trabalho dela. Por essas mensagens foi possível averiguar que a razão do crime seria a separação do casal e supostas traições que o policial acusava a mulher¿, esclareceu.

No curso das investigações, foram ouvidos familiares e amigos da vítima que confirmaram a relação instável e conturbada do casal. Até mesmo a filha do casal adiantou à Polícia que também percebia as ameaças. ¿Apesar de todas as provas substanciais, o suspeito se manteve calado e mantendo uma postura fria¿, frisou o Delegado.

Dois dias depois do crime, o suspeito se apresentou na Delegacia de Plantão, como estratégia de defesa para não ficar preso imediatamente, uma vez que o estado de flagrante já havia postergado. Entretanto, em uma investigação rápida, a PCMG conseguiu pelo Poder Judiciário a decretação do mandado de prisão temporária.

Guimarães alerta as mulheres que convivam com situações semelhantes que denunciem companheiros agressivos ao primeiro sinal. ¿É muito importante que as mulheres, ao menor sinal de agressividade por parte de seus companheiros, registrem imediatamente a ocorrência para garantir as medidas protetivas necessárias para que não se chegue a um feminicídio¿, destacou.

Glaysson será indiciado pelo crime de feminicídio, com pena prevista de 12 a 30 anos de prisão.

Foto: Ascom/PCMG

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