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Por que o governo brasileiro hesitou em chamar o Hamas de terrorista? Entenda Além de seguir diretrizes da ONU para a classificação, Brasil preside Conselho de Segurança das Nações Unidas e tenta mediar conflito na região

13 de outubro de 2023, 10h14 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Itatiaia

O governo brasileiro recebeu muitas críticas, principalmente de políticos e lideranças da direita, por não ter classificado o Hamas como grupo terrorista. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condenou o ataque a Israel desde o primeiro momento, mas não citou o grupo extremista islâmico. A Moção de Repúdio da bancada petista na Câmara dos Deputados condenou a violência do Hamas, mas também do Estado de Israel. Diante disso, veio a pergunta que não quer calar:

Quais seriam os motivos de o Brasil não classificar o Hamas como grupo terrorista? Na análise da coluna, nos elencamos três:

1. O Hamas não está na lista de grupos classificados como terroristas pela ONU

No sexto dia de conflito, nesta quinta-feira (12), o Itamaraty publicou uma nota dizendo que o Brasil repudia o terrorismo e explicando que na qualificação de entidades terroristas o país aplica as determinações do Conselho de Segurança da ONU, que neste mês é presidido pelos brasileiros. Na lista, segundo o Ministério das Relações Exteriores estão o Estados Islâmico e a Al-Qaeda. Apesar de o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmar que o Hamas é o Estado Islâmico e especialistas afirmarem que estes grupos islâmicos estão todos ligados, o nome do Hamas, segundo o Itamaraty não consta na lista.

2. O Brasil é presidente do Conselho de Segurança da ONU e se coloca como mediador

Como presidente temporário do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil se propõe a mediar o conflito na região. E na condição de mediador, mesmo sabendo que o Hamas tem pouca disposição para negociar, o governo brasileiro tenta abrir um diálogo que possa levar a algum consenso. O Hamas é contra a existência do Estado de Israel, que foi criado em 1948 para abrigar judeus. Antes, a região era ocupada por árabes que ficaram na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, que é controlada pelo Hamas desde 2007. Os palestinos não têm um estado próprio e hoje a chamada Autoridade Palestina, tem sede na Cisjordânia, que é separada fisicamente de Gaza.

3. O PT defende a criação de um Estado Palestino

O Partido dos Trabalhadores defende a criação de um Estado Palestino e o governo entende que a negociação para a paz passa por essa definição. Embora condenem os atos violentos, os petistas entendem que os palestinos, que ocupavam o território antes da criação de Israel, tem direito à resistência e a reivindicação de um estado próprio.

Quem compõe o Conselho de Segurança da ONU?

O Conselho é composto por 15 membros e 5 membros permanentes com poder de veto: os Estados Unidos, a França, o Reino Unido, a Rússia e China. Os outros dez membros são eleitos pela Assembleia Geral para mandatos de dois anos, são eles: Brasil, Albânia, Equador, Emirados Árabes, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique e Suíça.

Foto: Reprodução

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