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Prefeito de Contagem emplaca suposto aliado na CPI da Câmara Prefeito de Contagem emplaca aliado na presidência da CPI do Bolsa Moradia

20 de agosto de 2020, 18h25 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

A articulação do prefeito de Contagem, Alex de Freitas (sem partido), garantiu a presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai apurar os desvios do programa Bolsa Moradia, na Câmara Municipal, a um dos seus aliados: o vereador Zé Antônio, do PT.

A comissão é composta por cinco membros. Disputaram o comando dos trabalhos Zé Antônio e o vereador Daniel do Irineu (Progressistas).

O petista teve o voto do vereador Alessandro Henrique (PTC) e Alex Chiodi (Solidariedade), votou no progressista. O desempate que garantiu o petista à frente da CPI coube a vereadora Silvinha Dudu, do PV, o mesmo partido do vice-prefeito de Contagem, William Barreiro.

A escolha, porém, deixou o “rastro” do governo. Nos bastidores, durante a semana, Daniel do Irineu pediu o apoio de Zé Antônio para presidir os trabalhos. O petista garantiu seu voto a Daniel. Alegou que seria um trabalho muito intenso e que queria se dedicar a sua campanha à reeleição. Nos últimos dias, porém, o petista “mudou de ideia”.

Hoje pela manhã, na primeira reunião da Comissão, que definiria a mesa de trabalho, Zé Antônio lançou sua candidatura à presidência “a pedido do seu partido”.

Nas tentativas de composição, Daniel do Irineu também manifestou sua disposição de comandar a relatoria da CPI. Zé Antônio rebateu, dizendo que o PT não aceitaria. Após muita discussão, Silvinha Dudu foi escolhida relatora da CPI.

Do mesmo partido da pré-candidata Marília Campos (PT), Zé Antônio é um apoiador declarado do prefeito Alex de Freitas. Em agosto de 2018, o petista foi um vereadores que pegou o microfone e se manifestou contra a abertura do processo de impeachment do prefeito Alex de Freitas, por causa das denúncias de corrupção na sessão da prestação de serviço funerários municipais.

Num discurso confuso, o petista defendeu o atual prefeito, dizendo que ele tinha feita uma “licitação séria”, e que por isso queriam caçar seu mandato.

A suspeita de favorecimento a uma única empresa sustentasse em três renovações de uma dispensa de licitação, em caráter emergencial, o que garantiu à funerária o monopólio da atuação no município.

À época, Alex de Freitas foi acusado de receber até R$ 60 mil em propina da empresa que prestava o serviço no município. A acusação consta de um Termo Colaboração Premiada à Polícia Civil. O Tribunal de Justiça já aceitou a denúncia, mas a defesa pediu segredo de justiça ao processo.

Em outra sessão, em um momento de “sincericídio”, Zé Antônio em apoio à polêmica retomada da cobrança do IPTU residencial em Contagem, manifestou: “Seja pobre ou seja humilde, seja rico ou não; Seja a pessoa lá da favela, eu acho que a pessoa tem que pagar”. Em outra oportunidade, o petista também declarou: “se a Marília não fosse candidata, eu faria campanha para o Alex”.

A CPI vai apurar os desvios reconhecidos pelo próprio prefeito de Contagem, durante uma entrevista. Foram roubados mais de R$ 4 milhões. As primeiras informações dão conta de que o desvio pode ser ainda maior, e que podem ter ocorrido em outros programas sob gestão da secretaria-adjunta de Habitação.

Os desvios teriam sido feitos pelo antigo diretor do programa Bolsa Moradia, de 2018 a 2020. Ainda segundo informações preliminares, parte considerável da movimentação financeira teria sido feita pela conta bancária de um garoto de 14 anos, filho do ex-diretor do programa. Estimasse que cerca de 300 pagamentos irregulares eram feitos mensalmente, tendo beneficiado também duas empresas.

A composição da CPI do Bolsa Moradia ficou assim:

Zé Antônio (PT) — Presidente
Daniel do Irineu (Progressista) — Vice
Silvinha Dudu (PV) — Relatora
Alessandro Henrique (PTC) — membro
Alex Chiodi (Solidariedade) — membro

Foto: Reprodução/Hoje em Dia.

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