Por Estado de Minas
Pesquisa realizada pelo Instituto Opus e publicada com exclusividade pelo Estado de Minas mostra a avaliação que os prefeitos mineiros fazem dos governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do governador Romeu Zema (Novo).
De acordo com o levantamento, que ouviu 88 prefeitos (10% do total), 56,8% reprovam o desempenho do presidente Lula, ante 30,7% que aprovam e 12,5% que não souberam ou não quiseram responder. Na comparação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 47,7% dos chefes do Executivo disseram que Lula faz um governo pior. Já 30,7% acreditam que ele é melhor e 10,2% não souberam ou não quiseram responder.
Em outubro do ano passado, durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022, cerca de 600 prefeitos participaram de um ato em apoio a Bolsonaro. Eles saíram do encontro com metas para buscar votação em seus municípios e também com kits para auxiliar o então candidato à reeleição, que viria a ser derrotado por Lula em Minas e no Brasil.
A pesquisa mostra ainda que a avaliação do governo federal é regular para 42% dos prefeitos participantes da coleta, feita com entrevistas pessoais via questionário online. Outros 31,8% acham ruim ou péssima e 26,1% ótima ou boa.
Governo estadual
Em relação ao governo de estado, a avaliação feita pelos prefeitos é bem mais positiva. A pesquisa Opus/EM mostra que 84,1% dos chefes de executivo municipal aprovam Romeu Zema. Outros 9,1% reprovam e 6,8% não souberam ou não quiseram responder. Na comparação com a gestão do ex-governador Fernando Pimentel (PT), 92% dos prefeitos disseram que acham Zema melhor. Já 3,4% acham ambos iguais, 2,3% pior e 2,3% não se manifestaram. Na avaliação do governo estadual, 72,7% dos prefeitos disseram que acham ótimo ou bom, 22,7% consideram regular e 4,5% ruim ou péssimo.
“O que mais chama atenção neste levantamento é a discrepância entre governo estadual e federal por parte dos prefeitos mineiros. Enquanto o governo federal tem 26,1% de ótimo/bom – índice que eu considero baixo –, o governo estadual tem 72,7%, o que é um índice bastante elevado”, avalia Matheus Dias, diretor do Opus.
De acordo com ele, a explicação pode estar na forma como os respectivos governos tratam a distribuição de recursos aos municípios. “Enquanto o governador Romeu Zema vem regularizando os repasses que vinham sendo represados na gestão do ex-governador Fernando Pimentel, a gestão do presidente Lula vem promovendo algumas alterações que podem reduzir a arrecadação e o dinheiro disponível aos municípios”, diz.
A pesquisa
Segundo a Pesquisa Opus/EM, 44,3% dos entrevistados são filiados a partidos de direita ou centro-direita, 33% a partidos de centro e 22,7% a partidos de esquerda ou centro-esquerda. Quanto à escolaridade, 80,7% disseram que têm ensino superior, 18,2% ensino médio e 1,1% ensino fundamental.
Os prefeitos que participaram do levantamento representam todas as Regiões de Minas Gerais, sendo que 36,4% estão no Norte, Jequitinhonha, Rio Doce e Mucuri; 34,1% no Sul, Zona da Mata e Campos das Vertentes; 22,7% na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Oeste e Central; além de 6,8% que estão no Triângulo e Noroeste.
Além da avaliação dos governos, a pesquisa Opus/EM também procurou saber quais as principais dificuldades e prioridades dos prefeitos mineiros. O resultado, publicado na edição de ontem do EM, mostra que para 63% a escassez de recursos como principal entrave da gestão municipal.
Foto: Ricardo Stuckert / PR e Luis Ivo/Divulgação