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‘Pressa para a vacina não se justifica’, diz Bolsonaro em entrevista ao filho A pandemia de coronavírus provocou ao menos 1.685.785 mortes no mundo desde que o escritório da OMS na China notificou a aparição da doença em dezembro de 2019; Brasil registra 186.365 óbitos desde o começo da pandemia.

20 de dezembro de 2020, 13h12 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

A entrevista que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) concedeu ao filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), já destacada aqui no blog, movimentou as redes sociais no fim de semana. Entre as falas polêmicas em mais de meia hora no programa que o parlamentar tem no youtube,  o presidente disse que “a pressa da vacina não se justifica”. A declaração é semelhante à do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que recentemente sugeriu não entender por que há tanta “ansiedade” pelo imunizante.

Na entrevista gravada e exibida no sábado, o Chefe do Poder Executivo Federal que usava uma camisa do time mineiro Cruzeiro, disse ao concluir sobre a “pressa”  que a pandemia da Covid-19 está acabando.

“A pandemia, realmente, está chegando ao fim. Temos uma pequena ascensão agora, que chama de pequeno repique que pode acontecer, mas a pressa da vacina não se justifica, disse Bolsonaro, ao afirmar que há uma apreensão injustificada sobre a doença que já matou mais de 180 mil brasileiros. “Você mexe com a vida das pessoas. Vão inocular algo em você. O seu sistema imunológico pode reagir ainda de forma imprevista”, comentou.

Bolsonaro também  fez ilações ainda sobre “interesses” nos R$ 20 bilhões previstos para comprar as vacinas, sem dar nenhum detalhe. “Tem muita coisa ainda que está em segredo. Não quero externar aqui, porque a imprensa vai usar contra mim. Mas o interesse é muito grande nesses R$ 20 bilhões para comprar essa vacina”, declarou ao filho. “Não há guerra ou politização da minha parte. A gente espera uma vacina segura. A própria China… não temos informações de vacinação em massa por lá”, afirmou.

Sem citar nomes, mas claramente se referindo ao governador de São Paulo, João Dória (PSDB), Bolsonaro disse que também não tem pressa de gastar os recursos. “Não tenho pressa de gastar dinheiro não. Nossa pressa é salvar vida, não é gastar não. É muito suspeita essa pressa em gastar R$ 20 bilhões em vacina”, disse.

Apesar de não haver como uma vacina ser utilizada no Brasil sem passar pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Bolsonaro ressaltou que é preciso aguardar o aval da agência reguladora. “Você não pode, sem que passe pela Anvisa, sem que tenha certificação da Anvisa, você botar a vacina no mercado. Isso é uma irresponsabilidade. Lógico, tendo uma vacina comprovada, a gente vai comprar e vai distribuir para todo o Brasil e aquele que quiser voluntariamente se vacinar, poderá fazer.”

O presidente afirmou que o Governo Federal “fez mais do que sua parte” na atuação de combate à pandemia do novo Coronavírus e que o Executivo “garantiu a economia e empregos”, mantendo obras mesmo com menos recursos e com a regra do teto de gastos.

“Final do ano passado, a previsão era crescer no trimestre 2,5%, tínhamos previsão no mínimo de 4%, mas infelizmente veio a pandemia, lutamos com a pandemia e orçamento bastante reduzido, tendo em vista a lei do teto, mas governo no meu entender foi bem, garantiu empregos, manutenção de obras, com menos recursos, Brasil estava indo muito bem”, disse Bolsonaro, segundo quem o Brasil pode terminar o ano “talvez” com nível de emprego muito próximo ao do final de 2019.

Já tendo chamado o Coronavírus de “gripezinha”, o presidente afirmou que a “questão da pandemia” foi uma tragédia e que o Brasil teve de conviver com a doença. “Estamos sobrevivendo. Os números têm mostrado que o Brasil em mortes por milhão de habitantes está cada vez mais abaixo do topo do número de mortes”, disse, atribuindo a situação ao “tratamento precoce” para combater o vírus. Bolsonaro é defensor da cloroquina para o tratamento do covid-19, mesmo não havendo comprovação científica sobre a eficiência do remédio para combater o novo vírus.

Números

A pandemia de coronavírus provocou ao menos 1.685.785 mortes no mundo desde que o escritório da OMS na China notificou a aparição da doença em dezembro de 2019, segundo um balanço estabelecido pela AFP neste domingo (20) às 08h00 de Brasília com base em fontes oficiais.

O Brasil registrou a maior média móvel de casos confirmados de Covid-19 desde o início da pandemia: foram 47.439 diagnósticos diários, em média, nos últimos 7 dias, segundo dados das secretarias estaduais de Saúde consolidados pelo consórcio de veículos de imprensa até as 20h deste sábado (19).

O país também registrou 678 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas, chegando ao total de 186.365 óbitos desde o começo da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 746. A variação foi de +27% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença.

 

Assista o vídeo na íntegra 

 

Foto: Reprodução youtube

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