No domingo (21), o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que havia desistido de concorrer à reeleição. A decisão foi impactada pela pressão interna no partido Democrata após o péssimo desempenho do chefe de Estado em um debate com Trump, além de outros pontos do desempenho político do agora ex-candidato nos últimos três meses. A decisão também foi anunciada aos assessores de Biden em cima da hora.
Mesmo com eventos e arrecadações de fundos planejados, o atual chefe de Estado americano, 81, ponderava sobre as últimas semanas desastrosas.
A decisão de desistência, tomada de sua casa de férias em Rehoboth Beach, Delaware, no entanto, teria sido apenas do presidente. “Esta deve ser uma das decisões mais difíceis que ele já tomou”, disse o senador democrata Chris Coons, aliado próximo de Biden no Congresso.
Debate catastrófico
O debate de 27 de junho teve um impacto significativo no ocorrido de domingo. Em uma pesquisa de agosto, 77% dos adultos dos EUA disseram que Biden era muito velho para ser eficaz por mais quatro anos. Em abril, mais da metade dos adultos pensava que a presidência de Biden prejudicou o país em questões como custo de vida e imigração.
Biden acreditava que poderia convencer os eleitores se explicasse seu histórico, mas o debate foi desastroso. Ele deu respostas sem sentido, interrompeu-se no meio da frase e não contestou as falsidades de seu adversário, o ex-presidente Donald Trump, dos Republicanos.
Influência de Obama
A pressão do ex-presidente Barack Obama também desempenhou um papel crucial na decisão de Joe Biden. O ex-mandatário manteve um perfil discreto em público, mas, nos bastidores, estava ativamente envolvido em conversas sobre o futuro da campanha. “Noites ruins de debate acontecem”, escreveu ele após o debate desastroso de Biden contra Trump. “Mas esta eleição ainda é uma escolha entre alguém que lutou por pessoas comuns a vida inteira e alguém que só se importa consigo mesmo”.
Obama teria conversado com Biden apenas uma vez desde o debate, deixando claro que a decisão final caberia ao próprio presidente. A preocupação de Obama era proteger o legado de Biden e garantir que o partido tivesse a melhor chance de vencer em novembro. No entanto, alguns assessores de Biden ficaram irritados com a postura de Obama, acusando-o de não manter o partido unido em torno da candidatura do atual presidente.
Frustração com o partido
Publicamente e em particular, Biden lutava para permanecer na corrida. Ele estava frustrado com os democratas que se manifestaram publicamente contra ele, especialmente com os vazamentos sobre Obama e Nancy Pelosi trabalhando para que ele desistisse.
Conversas com Kamala Harris e encontro com conselheiros
No domingo (21), antes de cristalizar sua decisão, Biden teve várias conversas com a vice-presidente Kamala Harris, a quem endossaria. Na ocasião, ele também informou o chefe de gabinete da Casa Branca, Jeff Zients, e a presidente da campanha, Jen O’Malley Dillon.
Um pequeno grupo de conselheiros foi reunido para a ligação das 14h45 (no domingo), que transmitiu a decisão. “Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente”, escreveu Biden. “Acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu desista e me concentre apenas em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato”.
Pouco depois, Biden deu apoio público a Harris. “Hoje quero oferecer meu total apoio e endosso para que Kamala seja a candidata de nosso partido este ano”, disse Biden em uma postagem no X. “Democratas — é hora de nos unirmos e derrotar Trump”.
O atual chefe de Estado americano também publicou uma carta em seu perfil no X declarando sua desistência à reeleição. Vale ressaltar que o político contou o auxílio de seus assessores na elaboração do documento.
— Joe Biden (@JoeBiden) July 21, 2024
Com informações do Diário do Centro do Mundo.
Foto: Reprodução.