Por Felipe Nunes
Nesta sexta (12/8), publicamos a 4ª rodada da pesquisa Genial/Quaest realizada no estado de Minas Gerais. O levantamento mostra que a vantagem de Lula para Bolsonaro caiu de 18 para 9 pontos . Lula lidera com 42% e Bolsonaro tem 33%. Ciro tem 6% e Tebet 1%.
Bolsonaro cresceu no eleitorado de renda baixa e no eleitorado de renda alta. Neste segundo grupo, o crescimento foi superior à margem de erro, 12 pontos. Na renda baixa, chama atenção a queda de 8 pontos nas intenções de voto de Lula e o crescimento de 7 pts de Bolsonaro.
Outra mudança significativa foi captada entre os evangélicos. O empate técnico em julho, se transformou em uma diferença pró-Bolsonaro de 18 pontos percentuais nesse segmento. O mesmo padrão observado na pesquisa nacional publicada na última semana.
Diferentemente do que observamos na pesquisa nacional e em SP, no entanto, a hipótese do efeito positivo do Auxílio Brasil não é confirmada. Tanto quem recebe quanto quem não recebe passou a votar mais em Bolsonaro e menos em Lula.
Enquanto Bolsonaro se recupera, Zema amplia a vantagem sobre Kalil. Se a eleição para o governo fosse hoje, o atual governador seria reeleito já no primeiro turno. Ele teria 46% das intenções de voto, contra 24% do ex-prefeito de BH. Carlos Viana aparece com 6%.
Vale destacar a evolução negativa das intenções de voto em Kalil na RMBH. A distância de mais de 20 pontos em maio/22 se transformou em um empate técnico em agosto/22.
O distanciamento de Zema sobre Kalil acontece enquanto melhora a avaliação do governo que passou de 46% para 48% entre julho e agosto.
Na capital, onde Zema tem o pior desempenho eleitoral, observamos uma evolução positiva da avaliação do governo, o mesmo acontecendo no interior do estado.
Essa queda de Kalil na RMBH acontece mesmo ele tendo ótimo recall do seu governo (54% de ótimo/bom). Note que no interior, 45% do eleitor não sabe avaliar a gestão de Kalil a frente da prefeitura. Ele vai precisar mostrar o que fez pra tentar angariar apoios no interior.
Outro dado relevante na pesquisa diz respeito a distribuição de votos de Lula e Bolsonaro entre os candidatos ao governo. Enquanto Zema tem 68% dos eleitores de Bolsonaro, Kalil tem apenas 37% dos eleitores de Lula, o que explica a larga dianteira do atual governador.
Já que 80% dos eleitores de Minas não sabem dizer quem é o candidato apoiado por Lula para o governo de Minas. Com o tempo de TV e a campanha, essa informação deve circular mais, sugerindo que Kalil tem potencial para melhorar seu desempenho no eleitorado vermelho.
Kalil continua desconhecido, o que atrapalha seu crescimento. Aproximadamente 40% dos eleitores não o conhecem ainda, nem de ouvir falar. Sua rejeição é baixa, não chega a 30%. Zema tem rejeição próxima a de Kalil (26%), mas já é muito mais conhecido no estado (92%).
Nos cenários estimulados com os apoios aos governadores a chapa Kalil/Lula aparece liderando a pesquisa com 33%, Zema/D’Avila aparece com 23%, e Viana chega a 19% . A estratégia de Zema de se deslocar de Bolsonaro pode ter um preço alto.
Em um eventual segundo turno, Zema venceria Kalil 55 a 29, e venceria Viana 62 a 18.
A vitória de Zema sobre Kalil no segundo turno é explicada pela transferência de votos de Viana para Zema. Metade dos eleitores que escolhem Viana no primeiro turno, optariam por Zema no segundo.
A pesquisa também avaliou os cenários para o Senado. Considerada a eleição mais fria entre as que estão em disputa, 90% dos eleitores dizem não saber em quem votar a menos de 60 dias da eleição.
O que é amplamente explicado pelo fato de que todos os nomes são altamente desconhecidos do eleitorado mineiro.
Quando estimulados os nomes, Cleitinho Azevedo lidera com 19% da preferência do eleitorado, seguido por Alexandre Silveira, com 8%. Sara Azevedo tem 6%, Bruno Miranda, 5% e Marcelo Aro, 4%.
Quando a simulação inclui as chapas, observamos crescimento do senador Alexandre Silveira, que sai de 8 para 28%. Cleitinho vai para 27% e Aro para 12%. A eleição para o senado tende a ser polarizada entre o candidato do Lula (Silveira) e o candidato do Bolsonaro (Cleitinho).
O levantamento foi encomendado pela Genial, ouviu 2.000 pessoas em 108 municípios de todas as regiões de MG entre os dias 6 e 9/ago. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiabilidade de 95%. Pesquisa registrada BR-08299/22 e MG-09990/22.
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