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Quaest: protestos bolsonaristas no “15 de Novembro” murcharam também nas redes

20 de novembro de 2023, 16h08 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por DCM

O esvaziamento dos atos de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, observado nas ruas durante o feriado de 15 de novembro, também foi identificado no ambiente virtual.

Um levantamento da consultoria Quaest, que monitorou publicações em redes sociais e aplicativos de mensagens sobre o tema, revelou que a mobilização dos bolsonaristas na esfera virtual, nessa quarta-feira, foi menor em comparação com protestos anteriores.

Segundo os dados, a média de menções relacionadas ao tema foi de 50 mil, um valor significativamente inferior se comparado às manifestações do ano passado. Nos eventos de 7 de setembro de 2022, por exemplo, a média foi de 316 mil menções no dia das manifestações.

“Bolsonaro deve estar com o sinal amarelo ligado. Um dos pilares mais importantes de sua estratégia política era a mobilização convocada nas redes e apresentada nas ruas”, diz Felipe Nunes, diretor da Quaest. “O ‘DataPovo’ parece ter sofrido um baque importante depois do 8 de janeiro. Com o Supremo atuando para inibir movimentos antidemocráticos, o bolsonarismo mais ativo e mais radical está acuado.”

No início de outubro, Bolsonaro atribuiu a redução do público presente em um evento antiaborto na capital mineira aos reflexos dos atos de 8 de janeiro. “Creio que a diminuição do número de pessoas vai pelo temor do que aconteceu no 8 de Janeiro”, disse o ex-presidente, na ocasião. “Agora, lá eram brasileiros patriotas que foram se manifestar, entraram em uma arapuca, numa armadilha patrocinada pela esquerda. E hoje muitos irmãos nossos estão sendo condenados por esses atos. Reprovo, sim, a dilapidação de patrimônio público, mas não justifica a pena.”

Para o pesquisador Sérgio Praça, da Escola Superior de Ciências Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV/CPDOC), no entanto, há outros fatores que influenciaram na diminuição do público nas manifestações. Segundo ele, isso indica uma desmobilização da base do ex-presidente.

“A inelegibilidade de Bolsonaro o enfraquece junto aos eleitores, que já começam a buscar outras opções para substituí-lo”, diz Praça. “Além disso, estamos em um ano não eleitoral, o que diminui o interesse sobre o tema, e também estamos vendo um governo Lula bem morno, sem escândalos que incitem críticas na população”.

Quanto aos atos nas ruas, o baixo comparecimento da direita ocorre após as punições a participantes dos ataques golpistas de 8 de janeiro. Até o momento, o Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou 25 pessoas que depredaram os prédios dos três Poderes em Brasília.

Na quarta-feira, foram convocadas manifestações em pelo menos 13 capitais, com baixa adesão e participação discreta de políticos bolsonaristas.

Foto: Ana Paula Bimbati/UOL

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