À medida que a Semana Santa se aproxima, os consumidores de Belo Horizonte já começam a sentir no bolso o impacto da alta nos preços dos tradicionais ovos de chocolate e do bacalhau. Ambos registraram aumento em relação a 2024, mas o destaque vai para os ovos de Páscoa, cujo quilo está, em média, 82,57% mais caro que o do peixe.
Levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), da UFMG, mostra que o preço médio dos ovos de Páscoa subiu 12,01% em 2025. No ano anterior, o reajuste havia sido bem mais modesto: apenas 0,72%.
Entre as marcas mais conhecidas do mercado, a variação de preços em relação a 2024 chegou a 18,21%, superando com folga a inflação acumulada de 5,06% no IPCA até fevereiro deste ano.
Apesar do aumento, a diferença entre os valores mais altos e mais baixos dos ovos de Páscoa diminuiu em 2025 — 52,5%, contra 80% no ano anterior. O preço médio por grama está em R$ 0,251, o que equivale a R$ 251 o quilo.
Bacalhau mais barato por quilo
Já o bacalhau, embora também mais caro que no ano passado, ainda aparece como opção mais econômica em comparação com os ovos de chocolate. Um pacote de 800g do peixe, na versão tipo lombo, custa R$ 109,90 em uma rede de supermercados de BH, o que corresponde a R$ 137,48 o quilo — quase 83% a menos que o quilo do ovo de Páscoa.
Para o economista Diogo Santos, do Ipead, o cenário é reflexo do mercado internacional.
“O aumento expressivo no valor dos ovos de Páscoa tem ligação direta com a disparada no preço do cacau no mercado global. Já o bacalhau acompanha a valorização do dólar, o que também pressiona o preço final ao consumidor”, explica.
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