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Rastreamento de vacinados contra a Covid-19 apresenta falhas e preocupa técnicos da Saúde Plataforma do Ministério da Saúde está defasada e não mostra a realidade do programa de vacinação

24 de janeiro de 2021, 17h04 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Em meio a denúncias de pessoas furando a fila para serem vacinadas contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o monitoramento de quem recebeu a proteção é fundamental. A ação é importante para que as autoridades sanitárias acompanhem o desempenho da campanha.

Por Metrópoles

Contudo, o rastreamento apresenta falhas.
Cada estado tem um sistema de registro, e a centralização dos dados, na plataforma do Ministério da Saúde, está desatualizada.

O painel Brasil Imunizado. Somos Uma Só Nação, que pertence ao LocalizaSUS e traz dados sobre a imunização, indicava que somente 2.535 doses do imunobiológico foram aplicadas. O dado é de 19 de janeiro.

Para se ter dimensão da defasagem, o número é bem abaixo dos mais de 100 mil vacinados contabilizadas pelas secretarias estaduais de Saúde até a última sexta-feira (22/1).

Na hora da vacinação, os agentes de saúde podem cadastrar as informações no sistema de atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS), no sistema de informação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) ou na plataforma do município ou do estado.

Porém, segundo técnicos do Ministério da Saúde, é essencial que todos os dados sejam transferidos para um único sistema, o federal. Isso norteia ajustes na campanha e a distribuição de doses neste momento que o imunobiológico ainda está escasso.

Normalmente, no ato da vacinação, são anotados dados pessoais, como nome completo, profissão, sexo, data de nascimento. As informações são inseridas nos sistemas informatizados.

É muito importante a gente ter esse rastreamento. Os dados de cada indivíduo e o total de vacinas são essenciais para gente conseguir acompanhar o que está acontecendo. É até um meio de garantir que as pessoas recebam as duas doses da vacina. Essa defasagem é muito ruim”, destaca um técnico do Ministério da Saúde.

Segundo o acompanhamento da pasta, a Região Sul, com 1.364 doses aplicadas, é a que mais vacinou. O ranking tem ainda o Nordeste (875), Sudeste (126), Norte (89) e Centro-oeste (67).

Por unidade da Federação, segundo os dados do LocalizaSUS, Paraná, Paraíba, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Goiás são os estados que mais vacinaram. Contudo, nenhum passou de mil doses aplicadas.
Para especialistas, a divulgação de dados corretos é importante para a campanha. Lucio Big, fundador do Instituto Observatório Político e Socioambiental, explica que é preciso divulgação, mas com cautela sobre os dados dos vacinados.

Transparência

“O que se espera dos governos estaduais, assim como do federal, é a total e absoluta transparência de todos os seus atos, e agora, principalmente, sobre tudo o que se relaciona à Covid-19. No entanto, é preciso ter cautela quanto à divulgação dos nomes de quem foi vacinado.

Se de um lado a divulgação dos imunizados pode inibir a ação dos furadores de fila, que lamentavelmente vêm tirando doses de vacina dos verdadeiros necessitados, por outro perde-se a garantia legal contra a violação à intimidade do cidadão prevista em lei”, defende.

Ele completa. “Se superado isso, nada seria melhor neste momento, em relação à garantia de um atendimento digno e correto a todos nós que necessitamos da vacina contra a Covid-19, que uma divulgação ampla e irrestrita por parte do Ministério da Saúde, de todos os vacinados do país, dados esses que poderão ser fornecidos pelas secretarias de saúde de cada unidade da Federação”, frisa.

Versão oficial

A reportagem  questionou o Ministério da Saúde sobre a defasagem das informações, a alimentação da plataforma e de como será feita a divulgação do total de imunizados ao longo da campanha, mas não obteve resposta até a última atualização deste texto. O espaço continua aberto a esclarecimentos.

Apuração é que a pasta ainda está ajustando o sistema e que a plataforma, apesar de estar no ar, vive uma fase de consolidação dos dados que deve ser concluída nos próximos dias. As informações de doses aplicadas e coberturas vacinais dependem de estados e municípios alimentarem o sistema.

 

Fontw: Metrópoles

Foto: Agência Brasil

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