Por Itatiaia
No Sul de Minas, quase 40 cidades banhadas pelo Lago de Furnas comemoram a recuperação do reservatório. Com 765 metros, o nível é o maior registrado em fevereiro nos últimos dez anos e ultrapassa a cota 762 – mínimo para exploração econômica do lago.
Defendida desde 2001, a cota corresponde a cerca de 56% do nível da represa e determina o volume ideal para o uso da água local em atividades como a geração de energia, o turismo e a criação de peixes. O nível alto tem sido comemorado pelos 39 municípios que fazem parte da Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago), que tem tranquilidade para retomar ações que movimentam a economia local.
Segundo Fausto Costa, diretor executivo da Alago, atingir a cota mínima é de extrema importância para os municípios. “Representa emprego e renda para a população cujas atividades profissionais dependem do lago”, explica. “Só o turismo movimenta mais de 50 atividades econômicas. O lago é fundamental para a economia da nossa região”, destaca o diretor.
“Furnas tem o maior potencial de turismo aquático da América Latina. Basta que ele permaneça acima para manter as atividades em alta e movimentar a economia da região”, afirma Fausto. “O lago cheio significa desenvolvimento, possibilita o planejamento de ações e atividades, além de dar garantia para os investidores”, aponta.
Apesar da situação favorável, as consequências do período de estiagem ainda são uma incógnita. “A manutenção desse nível, acima da cota 762, no período seco ainda é incerta. Nós ficamos na incerteza em função do não respeito à emenda 106, aprovada pela Assembleia Legislativa”, explica Fausto. “Nós dependemos dessa geração mais consciente para termos um lago favorável às diversas atividades, atendendo o uso múltiplo que é estabelecido na legislação federal.”
Foto: Alago/Divulgação