Home CPI Ricardo Barros se defende na tribuna da Câmara e pede à CPI para ser ouvido antes do recesso

Ricardo Barros se defende na tribuna da Câmara e pede à CPI para ser ouvido antes do recesso Segundo deputado Luis Miranda, Bolsonaro foi informado sobre suspeitas da Covaxin e, ao ouvir relato, disse que era 'coisa' de Barros. Depoimento está marcado para próximo dia 20.

8 de julho de 2021, 17h08 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por G1

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), fez um discurso nesta quinta-feira (8) na tribuna no qual se defendeu das suspeitas relacionadas a ele investigadas pela CPI da Covid.

Além disso, Ricardo Barros informou ter pedido ao presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), para ser ouvido até o próximo dia 16, isto é, antes do recesso parlamentar. O depoimento estava marcado para esta quinta (8), mas foi remarcado para o próximo dia 20.

A convocação de Ricardo Barros foi aprovada pela CPI em 30 de junho e foi motivada pelos depoimentos do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e do irmão dele, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde.

Em depoimento à CPI, em 25 de junho, os irmãos disseram ter informado ao presidente Jair Bolsonaro as suspeitas envolvendo as negociações para aquisição da Covaxin, vacina contra a Covid-19 produzida por um laboratório na Índia.

Ainda no depoimento, Luis Miranda disse que, ao ouvir o relato, Bolsonaro disse que era “coisa” do Ricardo Barros. O parlamentar chefiou o Ministério da Saúde no governo Michel Temer (2016-2018).

Desde então, o líder do governo na Câmara tem negado envolvimento em irregularidades, afirmando que não há “dados concretos” ou “acusações objetivas” contra ele.

O discurso de Barros
Durante o discurso desta quinta-feira, Ricardo Barros disse não ter “nenhuma questão” com Luis Miranda e acrescentou querer ir à CPI da Covid para “esclarecer os fatos”.

“O deputado Luís Miranda, não tenho nenhuma questão com ele. E eu estou procurando a oportunidade de ir à CPI para esclarecer os fatos que envolvem o meu nome”, disse o líder do governo Bolsonaro.

Para Barros, o nome dele já foi citado “inúmeras vezes” e, sempre que o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), pergunta a um depoente se tem relação com o líder do governo, a pessoa nega. “Mas eu mesmo não tive oportunidade de fazer os esclarecimentos”, acrescentou.

Barros também se defendeu sobre uma emenda (proposta incluída em um projeto), apresentada à medida provisória que facilitou a importação da indiana Covaxin.

Foi por meio de uma proposta de Barros que essa MP incluiu a Central Drugs Standard Control Organization (CDSCO), autoridade sanitária da Índia, na lista de agências internacionais que devem ser consideradas para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorize a importação e a distribuição de vacinas.

Segundo a legislação, a Anvisa deve oferecer parecer sobre a autorização excepcional caso o insumo seja aprovado por uma das autoridades internacionais listadas.

“O presidente da CPI, senador Omar Aziz, fez a mesma emenda propondo que a Índia entrasse na MP. Eu fiz a emenda, o [deputado federal] Renildo Calheiros (PCdoB-PE), irmão do relator da CPI, fez a emenda”, disse, citando outros sete parlamentares.

“Todos propuseram que, obviamente, a Índia entrasse na medida provisória simplesmente porque é o maior produtor de vacinas do mundo”, disse Barros.

Outros trechos

Saiba outros temas abordados por Ricardo Barros no discurso:

Regina Célia:

Barros também comentou a relação com Regina Célia, fiscal do contrato da Covaxin do Ministério da Saúde e que depôs à CPI nesta semana. O líder do governo confirmou ter nomeado a servidora quando estava à frente do ministério.

Francisco Maximiano

Barros também se defendeu sobre supostas relações com Francisco Maximiano. O empresário é dono da Precisa Medicamentos, que intermediou o contrato do Ministério da Saúde para compra da Covaxin, e só da Global, empresa investigado por ter recebido R$ 20 milhões do ministério, sem entregar medicamentos.

“Global] Já fez um termo de reconhecimento de dívida, parcelou e está devolvendo os recursos ao Ministério da Saúde”, disse.

Roberto Dias

Barros também se justificou em relação a Roberto Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde. Dias prestou depoimento nesta quarta (7), foi preso sob acusação de mentir à CPI e depois foi solto após pagar fiança de R$ 1,1 mil.

Roberto Dias foi nomeado diretor-geral da Secretaria de Infraestrutura do Paraná durante a gestão da mulher de Barros, a então governadora Cida Borghetti. Segundo ele, a nomeação tratava-se da indicação do ex-deputado Abelardo Lupião, à época secretário.

“Eu espero que ele [Dias] possa provar que de fato não tem nada a ver com este problema que foi levantado pela Davati”, disse Barros, em referência à denúncia de Luiz Paulo Dominghetti, segundo quem Roberto Dias pediu propina em troca de um contrato com a Davati Medical Supply para fornecimento de vacinas. Dias nega ter pedido propina.

Foto: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados

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