Por Agência Minas
A safra mineira de grãos 2020/2021 deve ser de 15,6 milhões de toneladas, com crescimento de 1,7% em relação ao volume anterior. Os dados do período, iniciado no segundo semestre deste ano, fazem parte do 2º Levantamento de Safra de Grãos 2020/2021 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A estimativa aponta, ainda, crescimento de 3,8% na área cultivada, que deve alcançar 3,6 milhões de hectares. Segundo o superintendente de Inovação e Economia Agropecuária da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Carlos Eduardo Oliveira Bovo, a perspectiva de crescimento tanto de volume quanto de área é muito positiva.
“A nova safra está no início e esse aumento significa que os produtores percebem a importância e a oportunidade de continuarem produzindo no cenário da pandemia. Além de abastecer o mercado interno, existe a possibilidade de exportação, uma vez que muitos países aumentaram a demanda por alimentos brasileiros, especialmente os grãos. Os dados mostram essa percepção do produtor em relação ao que está acontecendo nos mercados interno e externo e o seu investimento na atividade”, avalia.
Números
O amendoim se destaca entre os grãos que apresentaram crescimento. A estimativa de produção de 6 mil toneladas é 22,4% maior do que a registrada na safra anterior. A área destinada à cultura deve crescer 5,9%, passando de 1,7 mil hectares para 1,8 mil hectares. Com a expansão, a expectativa é de bons resultados na produtividade, que deve alcançar cerca de 3.338 quilos por hectare e aumento de 14,7%.
A produção de arroz deve registrar aumento de 7,3% nesta nova safra e ganho de 8,3% na produtividade. Em Minas são cultivados o arroz de sequeiro (29,5%) e o arroz irrigado (70,5%), com estimativa total de 8,8 mil toneladas. O plantio do arroz irrigado já começou no estado, enquanto, para o arroz sequeiro, a previsão é de que a semeadura seja feita até dezembro.
O milho total (1ª e 2ª safra) tem expectativa de crescimento de 2,4%, atingindo um volume de 7,7 milhões de toneladas de milho. A área plantada terá uma expansão de 1,1% e a produtividade será 1,4% superior à safra passada.
Já a produção de soja está estimada em 6,3 milhões de toneladas, incremento de 2,3%. Devido à valorização do grão no mercado, a área destinada ao cultivo deve ser 7,0% superior a safra 2019/20, com 1,8 milhão de hectares. Milho e soja representam, juntos, 89,7% da produção mineira de grãos.
A produção esperada de trigo deve ser 227 mil toneladas, 9% superior ao volume produzido na safra 2019/20. Apesar de estimativa de redução na área de -2,2%, a produtividade deve aumentar em 11,4%.
Substituição
Para alguns grãos cultivados no estado, como o algodão, há expectativa de queda. “Diante da perspectiva de cenários promissores para outros tipos de grãos, somada às dificuldades trazidas pela pandemia, os produtores de algodão optaram pela redução da área plantada e aumento do cultivo de milho e soja, exatamente pelo aquecimento da demanda no mercado externo por esses grãos”, explica Carlos Bovo.
A produção de algodão em caroço tem expectativa de queda de 10,9% na produção, com redução de 7,9% na área plantada e produtividade 3,2% menor. Segundo a Conab, a previsão é que a pré-semeadura do algodão no Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba seja iniciada em novembro.
Para o feijão total (1ª, 2ª e 3ª safra) a previsão é de queda de 1,3% na produção, chegando a 548,1 mil toneladas, a área cultivada deve crescer 2,2%, embora a produtividade possa cair 3,4%. O cultivo do grão começou em outubro e a lavoura segue em desenvolvimento.
A área destinada ao cultivo de sorgo em Minas Gerais deve se manter. A previsão é de queda de 5,6% na produção.
Foto: Gil Leonardi / Imprensa MG