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São poucos os que já sabem em quem votar para a Câmara dos Deputados ou para as Assembleias

17 de setembro de 2022, 09h20 | Por Redação - Blog do Lindenberg

by Redação - Blog do Lindenberg

Por Hoje em Dia/Blog do Lindenberg – blogdolindenberg@hojeemdia.com.br

Você sabe em quem votou no último pleito para deputado estadual ou para deputado federal? Ou mesmo para senador? Pois é, mas para governador você sabe. Agora vejam esses números: sete em cada dez eleitores ainda não definiram voto para deputados. E este é um dos problemas da representação parlamentar. Você, muito provavelmente, não se recorda em quem votou para a Assembleia Legislativa ou para a Câmara dos Deputados. E olha que estamos há poucos dias do primeiro turno das eleições gerais.

Segundo o DataFolha, 69% não escolheram a essa altura o nome para a Câmara dos Deputados. Nesse ano, segundo os dados mais recentes, ainda que ocorram algumas desistências ou impugnações, há pelo menos 10.603 candidatos e candidatas em todo o país concorrendo às 513 vagas disponíveis na Câmara dos Deputados.

De acordo com o DataFolha, a indecisão é bem maior entre os eleitores mais jovens (entre 16 e 24 anos – totalizando 77% deles), muitos morando na zona sul do país (75%) e de menor instrução (74%). Para as assembleias legislativas, há 16.735 candidatos para as 1.035 cadeiras disponíveis, além de 610 nomes buscando uma das 24 vagas da Câmara Legislativa do Distrito Federal. E o grau de indecisão em Brasília acompanha o índice federal: 70% dizem não ter feito ainda nenhuma escolha.

É esse o perigo. Entre os 31% que disseram já ter escolhido um candidato a federal, apenas 14% dizem que vão votar em um candidato do mesmo partido a que pertence o seu candidato à Presidência da República. Sabem o que isso significa? Que o possível vencedor da disputa presidencial – e assim também ocorre nas assembleias legislativas – vai ter que negociar com o vitorioso porque senão perderá o que se chama de governabilidade. É o toma lá dá cá que faz com que o centrão, por exemplo, tenha um orçamento maior do que o Executivo.

Há mais números para serem digeridos porque essa situação reflete a posição dos eleitores dos candidatos mais bem cotados para a Presidência da República (Lula com 45% de intenção de votos e Bolsonaro com 33%). Dos eleitores de Lula, 17% dizem que vão votar em candidatos de sua coligação, enquanto 8% escolheram nomes diferentes, ou seja, não votarão na mesma coligação.

Nos estados a situação não é muito diferente. Votam em candidatos da coligação a que pertencem os governadores 15% dos entrevistados, enquanto 8% preferem candidatos de outras legendas.

Em suma, o que se tem – e daí vem a necessidade da negociação entre quem vencer a eleição e a base governista. O fato é que 69% não definiram o voto para deputado federal, 70% não definiram voto para deputado estadual, de forma que haverá sempre a necessidade de uma negociação porque, via de regra, o candidato vencedor não tem base de apoio no Congresso suficiente para votar os seus projetos.

Daí a razão de Lula, por exemplo, estar trabalhando para eleger uma base de apoio capaz de livrá-lo do centrão, que não é sequer um partido político, mas uma mangueira de sucção.

Foto: Canva

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