Os secretários especiais de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Paulo Uebel, pediram, nesta terça-feira (11), demissão do governo do presidente Jair Bolsonaro. À imprensa, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu que houve uma “debandada” da pasta.
Segundo Guedes, o motivo da demissão seria a insatisfação de Mattar com o ritmo das privatizações de estatais. “O que ele me disse é que é difícil privatizar”, disse. No caso de Uebel, o ministro disse que o secretário deixou o cargo pela falta de andamento da reforma administrativa.
A confirmação foi feita em entrevista coletiva após uma reunião entre o ministro e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Guedes reafirmou que não há apoio para uma eventual tentativa de furar o teto de gastos do governo.
“Não haverá nenhum apoio do Ministério da Economia a fura-tetos. Se tiver ministro fura-teto, eu vou brigar com ministro fura-teto”, disse.
Os movimentos dão sequência a uma série de baixas no Ministério da Economia observada em julho. Em apenas duas semanas, Mansueto Almeida deixou oficialmente a Secretaria do Tesouro Nacional; Rubem Novaes pediu demissão da presidência do Banco do Brasil; e Caio Megale pediu exoneração do posto de diretor de programa da pasta.
Antes deles, Marcos Troyjo havia deixado o cargo de secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do ministério para assumir a presidência do Novo Bando de Desenvolvimento (NBD), operado pelo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
As novas baixas no Ministério da Economia ocorrem em um momento em que o mercado monitora com atenção os riscos de a regra do teto de gastos ser descumprida ou fragilizada em 2021 e em meio às dificuldades enfrentadas pela equipe econômica em implementar uma política efetiva de privatizações e conduzir uma discussão sobre reforma administrativa.
Com informações da Agência Brasil e InfoMoneyBR.
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil.