A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, anunciou nesta quarta-feira (28), uma série de medidas de restrição ao movimento de pessoas para conter o avanço da nova onda da Covid-19. Na França, as restrições começam nesta sexta-feira (30) e durarão até 1ª de dezembro, no mínimo, e os comércios não essenciais permanecerão fechados.
O governo federal da Alemanha consolidou acordo com líderes locais que prevê o fechamento de restaurantes, bares, cinemas e teatros pelas próximas quatro semanas. Lojas e escolas, contudo, permanecerão abertas.
“Estamos agora em um ponto em que, pela média nacional, não sabemos mais de onde vieram 75% das infecções. Só conseguimos verificar 25%”, explicou a chanceler Angela Merkel.
A decisão foi tomada depois que autoridades de saúde alemãs registraram quase 15 mil novos casos em 24 horas — o maior número de diagnósticos diários no país desde o início da pandemia. São mais de 449 mil casos de Covid-19 desde o começo da crise sanitária na Alemanha.
Segundo o governo alemão, os hospitais do país ainda têm capacidade de lidar, em número de leitos, com os infectados pela doença. Porém, há o temor de que a ocupação hospitalar se torne um problema nas próximas semanas.
Além da Alemanha, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a retomada de medidas como o fechamento de bares, restaurantes e comércios e a volta da exigência de atestados para que as pessoas possam circular nas ruas. Para ele, o impacto da segunda onda da Covid-19 será pior do que a primeira. O país está testemunhando mais de 50 mil casos novos por dia.
A rede de notícias BFM TV relatou que o governo está cogitando um lockdown de um mês a partir da meia-noite de quinta-feira, mas não havia confirmação do gabinete de Macron.
As medidas, que seguem ações semelhantes da Itália e da Espanha, devem manter as escolas e a maioria dos negócios funcionando e ser menos rigorosas do que os lockdowns quase totais impostos em março e abril, no início da crise.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que a região europeia — que, além do continente europeu, inclui Rússia, Turquia, Israel e países da Ásia Central — respondem por quase metade dos mais de 2,8 milhões de novos casos do coronavírus relatados na semana passada.
Por causa da nova onda do coronavírus, diversos países europeus impuseram medidas rígidas de fechamento de estabelecimentos, como na Itália, ou lockdowns quase completos, como na Polônia. Isso gerou revolta em parte da população, com protestos nos países.
Outro país que retomou medidas de isolamento, a República Tcheca decretou toque de recolher a partir desta quarta entre as 21h e 6h (horários locais). O país já havia estabelecido limitações na circulação, o fechamento de lojas, escolas e restaurantes e o uso obrigatório de máscaras.
Foto: Tino Romano / EFE – EPA – 27.10.2020