Home Saúde Sem nunca ter recebido pacientes, Hospital de Campanha no Expominas será desativado

Sem nunca ter recebido pacientes, Hospital de Campanha no Expominas será desativado Pronto desde 29 de abril, leitos e equipamentos da estrutura custaram R$ 5,3 milhões, segundo o TCE.

10 de setembro de 2020, 16h33 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Montado para receber até 740 pacientes com a Covid-19, mas sem realizar nenhum atendimento, o Hospital de Campanha no Expominas, em Belo Horizonte, começa a ser desmontado ainda nesta semana. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (10) pelo secretário de governo, Mateus Simões. A unidade conta com 768 leitos — 740 de enfermaria e 28 de estabilização — exclusivos para pacientes com covid-19, localizado no Expominas, em Belo Horizonte.

O anúncio foi feito em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (10) pelo secretário-geral do estado, Mateus Simões, ao responder à última pergunta da entrevista.

“Desde o mês passado, vem sendo discuto sobre qual seria o momento em que a gente poderia fazer a desmontagem [do hospital de campanha]. A gente aguardava os índices de segurança de ocupação hospitalar da Região Metropolitana, os números estão estáveis dentro das duas últimas semanas e, portanto, nesta semana [o governo] começa a desmontar a estrutura física [do hospital de campanha]”, disse o secretário.

A medida, conforme o gestor, será feita devido à ocupação dos leitos na região metropolitana estar estável há duas semanas. “Lembrando que todas as camas e os equipamentos vão ser absorvidos pelos serviços de saúde que atendem a idosos no Estado. Então, não haverá perda de nada do que está ali”, garantiu.

O Hospital de Campanha foi inaugurado em abril, mas somente em julho entrou em operação. No período, a unidade não realizou nenhum atendimento. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) destacou que os leitos do espaço não foram utilizados, pois não houve necessidade, uma vez que não faltou vagas para os infectados.

Em quatro meses, o hospital de campanha instalado no Expominas, em Belo Horizonte, custou, ao governo de Minas Gerais, cerca de R$ 2 milhões de manutenção, segundo informações disponibilizadas pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG). Mesmo com um gasto médio de R$ 500 mil por mês ou R$ 15 mil por dia, o espaço não recebeu, até agora, nenhum paciente.

Segundo o TCE, o dinheiro gasto com o hospital de campanha é proveniente de “recursos recebidos por danos advindos de desastres sócio-ambientais”, dentro do orçamento da Polícia Militar, que é responsável por gerir o espaço.

A título de comparação, o G1 Minas fez o cálculo, e com esta quantia daria para comprar 8 mil testes RT-PCR, considerando o valor médio de R$ 250 a unidade. Este é o teste mais indicado para a realização de diagnósticos de Covid-19. O valor daria também custear 800 diárias de um leito de terapia intensiva, que gira em torno de R$ 2.500 por dia. Ou comprar 40 respiradores pelo preço que o estado comprou, de cerca de R$ 50 mil.

Dos R$ 5,3 milhões investidos na instituição, R$ 4,5 milhões são provenientes de doações financeiras de parcerias com instituições privadas, como a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e R$ 800 mil de recursos públicos. A operação do hospital, que também ficou a cargo do governo, custou, últimos quatro meses, cerca de R$ 2 milhões.

Foto: Divulgação/Imprensa MG/Pedro Gontijo

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário