Por Itatiaia
O senador Carlos Viana contou neste domingo (5) que o motivo que o levou a deixar o PL na semana passada e se filiado ao Podemos foi ter se sentido “traído e abandonado” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Eu fui convidado ao PL no dia 2 de abril, pelo próprio presidente Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Valdemar Costa Neto. A proposta era: eu seria candidato a governador de Minas Gerais, fazendo um palanque para o presidente Bolsonaro no estado. Me comprometi a ser candidato e cumpri com a minha palavra até o último minuto. Na primeira aparição pública que tivemos, Bolsonaro levantou o braço do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e daí para frente passou a dizer que time que está ganhando não se muda. Em várias lives disse que era importante eleger um senador. Me senti abandonado e traído”, afirmou Viana.
A posição, no entanto, é bem diferente da adotada por Viana durante a campanha eleitoral. Antes da eleição, ele minimizava o apoio de Bolsonaro a Zema e dizia ser o nome do então presidente para a corrida do governo de Minas.
Sobre a filiação ao novo partido, Viana disse que se sente mais tranquilo no Podemos. Ele lembrou a resistência de deputados do PL ao seu nome no ano passado e disse que não gosta de radicalismo.
“Cumpri até o último minuto, fui fiel em todos os momentos, defendi o governo. Posteriormente eu iria deixar o partido. Fiz um trato de ajudar Rogério Marinho para ajudá-lo, mas deixei claro que após a eleição para presidência do Senado eu retomaria minha trajetória”, disse o senador.
“No PL de Minas vários deputados me receberam mal, dizendo que eu era uma imposição. Então hoje confesso que estou muito mais tranquilo”, continuou.
‘Denúncias vagas’
Apesar de se dizer “traído”, Viana afirmou que Bolsonaro continua sendo um grande líder no país e que ele terá um grande peso se voltar para a disputa de 2026. Ele considera que as denúncias sobre um possível golpe são “vagas” e que o ex-presidente não deverá ser preso.
“Em vários momentos, vi diversas suspeitas levantadas contra o ex-presidente e nenhuma delas se confirmou. Há um discurso muito forte contra o ex-presidente. O Brasil acertou muito na economia, deixou um legado importante para o país. Ele continua sendo um grande líder de direita, ninguém vai tirar dele os 58 milhões de voto que ele teve, uma demonstração muito importante de poder”, afirmou Viana.
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