Por G1
A indústria, setor que consome 35% da energia elétrica no país, terá que se adaptar a um ambiente de redução de gastos por causa da crise hídrica. A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) chegou a lançar a campanha “Escassez hídrica e energética – A indústria precisa agir”, para recomendar posturas mais conscientes quanto à utilização dos recursos hídricos.
O setor ficou de fora da nova bandeira tarifária de R$ 14,20 já que, segundo a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (ABRACE), os sistemas de cobrança são diferentes.
“Para as indústrias, os custos com energia representam mais de 20% do produto e em alguns setores específicos, como os de eletrointensivos – ferroligas, alumínio, gases, podem representar até 70% do custo final do produto”, disse a Fiemg.
As indústrias metalúrgicas e minerárias são as que mais consomem energia, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O governo federal propôs ao setor o Programa de Redução Voluntária da Demanda (RVD). A iniciativa propõe aos grandes consumidores fazerem o deslocamento de suas produções, do horário de pico, para outros horários, amenizando a sobrecarga.
A Fiemg informou que apoia a iniciativa. O número de empresas que aderiram ao programa em Minas Gerais não foi divulgado.
O fomento ao mercado mineiro de energia renovável e à autogeração é uma das iniciativas da federação para que seus associados possam reduzir o consumo.
Outras medidas recomendadas são:
- migração para o mercado livre e autoprodução de energia
- adoção de novas modelagens de contratações para os que já migraram para o mercado livre
- formação de grupos de consórcio de geração distribuída para consumidores de baixa e média tensão
Tarifas para domicílios e pequenos empresários
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta terça-feira (31) um novo patamar de bandeira tarifária para as contas de luz de todo o país. A “bandeira tarifária escassez hídrica” deve entrar em vigor nesta quarta-feira (1º) e adicionar R$ 14,20 às faturas para cada 100 kW/h consumidos.
De acordo com o texto divulgado pela agência, a previsão é que a nova bandeira permaneça em vigor até 30 de abril de 2022. Até agora, a cor da bandeira era definida mês a mês.
A nova bandeira representa uma alta de 49,63% em relação à bandeira vermelha patamar 2, que era a mais alta do sistema e estava em vigor nos últimos meses.
Foto: Divulgação/Alstom