Por Hoje em dia / Blog do Lindenberg
É cada vez mais complexa a relação do ex-presidente Jair Bolsonaro que essa história de que ele teria falsificado um cartão de vacinas para entrar ou sair dos Estados Unidos. Porém não menos grave é a história revelada pela Polícia Federal de que em dezembro de 2022 o ex-major do Exército, Ailton Barros, advogado e aliado do tenente-coronel Mauro Cid, um ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, teriam articulado um possível golpe de Estado.
Aqui já não se trata de falsificação de cartão vacinas. Mas de um golpe de Estado. Segundo a Polícia Federal, esse aliado de Cid também integrou o que foi identificado como uma associação criminosa que forjou registros de vacinas para o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. É algo cabuloso – sem nenhuma alusão ao Cruzeiro Esporte Clube – porque nos arquivos em poder da Polícia Federal o ex-major do Exército, Ailton Barros, descreve o conceito da operação e no plano deveria haver uma pressão sobre o então comandante do Exército, Freire Gomes, ou do próprio Bolsonaro, então presidente da República. E mais, segundo os supostos articuladores do golpe, seria realizada também a prisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
O grupo que vem acompanhando Bolsonaro não é pequeno e o acompanha desde que o ex-presidente era deputado federal. Dois assessores próximos estão entre os detidos pela Polícia Federal durante a Operação Venire, aquela que investiga possíveis irregularidades nos cartões de vacina do ex-presidente e de seus assessores. Alguns deles são Max Guilherme de Moura e Sérgio Cordeiro. São velhos conhecidos do ex-presidente. Max, por exemplo, acompanhou Bolsonaro aos Estados Unidos. Os dois, aliás, são como unha e carne. De forma que é complicada a situação do ex-presidente Bolsonaro e seus assessores. Não menos grave, no entanto, foi a decisão tomada ontem pela Câmara Municipal de Belo Horizonte de autorizar a prefeitura ou a própria Câmara a assumir, ou seja, encampar o serviço de transporte coletivo da capital. A votação ocorreu em meio à negociação entre a PBH e a Câmara em função do preço das passagens que passaram de R$ 4,50 para R$ 6 há duas semanas.
Na verdade, essa é uma velha disputa entre o prefeito Fuad Noman, que na verdade e na prática é o vice-prefeito, desde que o então prefeito Alexandre Kalil renunciou ao mandato para disputar o governo do Estado. Com isso, o vereador Gabriel Azevedo, presidente da Câmara dos Vereadores, assumiu a condição de primeiro substituto de Fuad Noman – até porque ele não pode disputar a reeleição. Com isso, Gabriel Azevedo, que de certa forma tem a simpatia da população, até porque os ônibus prestam um serviço de má qualidade, pode disputar ou a reeleição – e neste caso com a caneta cheia de tinha – ou um outro cargo qualquer, como, por exemplo, um mandato de deputado estadual. Ou seja, Fuad Noman está com a corda no pescoço. Tanto porque não pode disputar a reeleição como tem Gabriel Azevedo nos seus calcanhares. Uma situação no mínimo desconfortável.
Ah, sim. O presidente Lula está hoje em Londres para assistir à coroação do rei Charles III e já garantiu verbas para a preservação da Amazônia, segundo garantia do primeiro-ministro, Rishi Sunak, algo em torno de R$500 milhões para o Fundo Amazônia.
De resto, assume a partir de hoje o governo do Estado, o presidente da Assembleia, Tadeu Leite, o Tadeuzinho, assumindo ao mesmo tempo a presidência da Assembleia a norte-mineira Leninha – ou seja, nesses dias o Norte de Minas manda na Assembleia e no governo do Estado. É a primeira vez que isso acontece em Minas, a não ser quando o então presidente da Assembleia, Dalton Canabrava, de Curvelo, assumiu o governo na ausência de Eduardo Azeredo e do seu vice, Walfrido dos Mares Guia.
Foto: produção