Por Metrópoles
O Museu do Holocausto de Curitiba, no Paraná, informou, nessa segunda-feira (9/1), que as poltronas de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), depredadas durante o ato terrorista do último domingo (10/1), foram projetadas por um sobrevivente do Holocausto.
De acordo com a entidade, a peça foi projetada por Jorge Zalszupin. Nascido em Varsóvia, Polônia, em 1922, o homem deixou o país durante a 2ª Guerra Mundial.
Jorge e a família sobreviveram ao Holocausto em Bucareste, na Romênia, escondendo o fato de que eram judeus. No país de origem, ele estudou arquitetura e conheceu a obra de Oscar Niemeyer no pós-guerra.
O arquiteto veio ao Brasil em 1949 e, nos anos 1960, foi convidado por Oscar Niemeyer para produzir móveis de gabinetes e palácios em construção na capital do Brasil.
“Entre suas obras mais conhecidas estão as poltronas utilizadas pelos juízes do STF, depredadas por terroristas durante o ataque ao DF”, ressaltou o Museu do Holocausto, em nota. Jorge faleceu em agosto de 2020, aos 98 anos.
Atos antidemocráticos
Aos gritos de “faxina geral” e ao som do Hino Nacional, bolsonaristas ocuparam a Esplanada dos Ministérios, na tarde deste domingo (8/1), em protesto contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições 2022.
Por volta das 14h40, extremistas invadiram o Congresso Nacional sob uma chuva de bombas de gás lacrimogênio. Em seguida, conseguiram passar pelas barricadas da Polícia Militar do Distrito Federal e entrar no Palácio do Planalto, sede da Presidência da República.
Vidraças, cadeiras e mesas dos dois prédios públicos foram quebradas (veja fotos do interior do Palácio do Planalto depredado). Funcionários do Congresso Nacional que estavam de plantão foram ameaçados.
O último alvo dos manifestantes extremistas foi o Supremo Tribunal Federal (STF). O prédio do órgão do Judiciário foi invadido por volta das 15h45.
Foto: Museu do Holocausto/Reprodução