Internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi formalmente intimado a apresentar sua defesa no inquérito que investiga uma possível tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2022. O momento da entrega da intimação por uma oficial de Justiça foi registrado em vídeo, no qual Bolsonaro aparece deitado em uma cama hospitalar.
Durante a abordagem, o ex-presidente contestou o indiciamento, negou qualquer intenção de deixar o país e desafiou publicamente o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Jamais aceitei vantagens do outro lado. Estou aqui e pretendo continuar lutando. Não vou sair do Brasil, não vou fugir. Não há motivo para prisão preventiva. Meu objetivo é ajudar o país. Isso é pedir muito?”, afirmou Bolsonaro, que se recuperava de uma cirurgia para tratar uma obstrução intestinal.
Críticas ao STF e comparações polêmicas
Ainda durante a gravação, Bolsonaro voltou a atacar o Supremo Tribunal Federal e o processo que o tornou inelegível. Ele traçou um paralelo polêmico entre as decisões da Corte brasileira e as práticas do regime nazista.
“Uma eleição sem Jair Bolsonaro é a negação da democracia. O tribunal de Hitler também teve sua missão: levar judeus às câmaras de gás. Todos pagaram por isso. Aqui no Brasil não será diferente”, declarou.
Defesa contra acusações e menção a apoiadores presos
O ex-presidente também reagiu às acusações de tentativa de golpe, considerando injustas as prisões relacionadas ao caso. Ele citou nominalmente a ativista Débora, detida por envolvimento com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, e criticou as punições aplicadas a seus apoiadores.
“É uma injustiça o que estão fazendo comigo e com essas mulheres, como a Débora, que está presa há tanto tempo. Tentativa de golpe? Sem armas, sem comando, sem tropas, sem recursos, num domingo em que Lula saiu cedo de casa para evitar o clima tenso. Isso é um crime contra a democracia”, concluiu.
Foto: Reprodução.