No início de seu mandato, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se mostrou disposto a ajudar os cidadãos paulistas presos por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. De acordo com fontes próximas ao governo, Tarcísio demonstrou preocupação em oferecer apoio tanto aos detidos quanto às suas famílias. O governador procurou informações junto a secretários sobre as possíveis ações que a gestão estadual poderia tomar para ajudar nesse contexto.
Os auxiliares de Tarcísio tentaram acessar a lista de presos relacionados aos atos golpistas, mas não tiveram sucesso. O governador foi informado de que a administração estadual não poderia agir diretamente no caso.
A informação foi confirmada ao Metrópoles por duas fontes, que preferiram não se identificar.
Desmobilização de acampamentos
Após os atos que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília, em janeiro de 2023, o Metrópoles reportou que a Polícia Militar de São Paulo desmobilizou 34 acampamentos bolsonaristas que estavam instalados em frente a quartéis do Exército e distribuidoras de combustível. A ação foi realizada sem a prisão de nenhum indivíduo, apesar de uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Naquele momento, a administração estadual afirmou que havia registrado os nomes dos bolsonaristas acampados em São Paulo, com a intenção de enviar a lista ao STF por meio de um relatório elaborado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Em 10 de janeiro, Tarcísio declarou que nenhuma prisão foi realizada em São Paulo porque “não houve necessidade”. “As pessoas foram convencidas a desmobilizar, houve conversa, e prontamente nosso apelo foi atendido”, afirmou.
Críticas às penas
Nas últimas semanas, com a crescente pressão sobre o projeto que visa conceder anistia aos presos do 8 de Janeiro no Congresso Nacional, Tarcísio tem se mostrado crítico em relação às penas impostas pelo STF aos envolvidos nos atos golpistas.
O governador participou de um ato bolsonarista no Rio de Janeiro em 16 de março, convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu padrinho político. O protesto pedia anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e na tentativa de golpe de Estado investigada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
“A gente está aqui para pedir, lutar e mostrar que todos estamos juntos para exigir anistia daqueles inocentes que receberam penas desarrazoadas. Quero ver quem vai ter coragem de se opor [à anistia]”, afirmou Tarcísio em seu discurso, feito de cima de um trio elétrico, ao lado de Bolsonaro.
O governador também confirmou sua presença em um novo protesto que acontecerá na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (6/1).
Com informações do Metrópoles.
Foto: Reprodução/ Twitter: Tarcísio de Freitas.
