A junta militar de Mianmar anunciou nesta segunda-feira (31) que o número de vítimas fatais do forte terremoto de magnitude 7,7, que atingiu o país na última sexta-feira (28), subiu para 2.056. Além disso, 270 pessoas continuam desaparecidas e cerca de 3,9 mil ficaram feridas.
No monastério U Hla Thein, em Mandalay, 270 monges estavam reunidos no momento do tremor. Equipes de resgate informaram que 70 conseguiram escapar, enquanto 50 corpos já foram encontrados e 150 seguem desaparecidos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou a destruição total de três hospitais e danos parciais em outros 22 na região afetada. A entidade destacou que “a magnitude do desastre sobrecarregou as unidades de saúde locais”.
Diante da crise, a OMS lançou um apelo emergencial para arrecadar US$ 8 milhões (€ 7,4 milhões ou £ 6,1 milhões) a fim de fornecer suporte imediato. Em comunicado, um representante da ONU em Mianmar manifestou solidariedade às vítimas e lembrou que, mesmo antes da tragédia, quase 20 milhões de pessoas no país já necessitavam de assistência humanitária.
As comunicações nas áreas atingidas permanecem precárias, agravadas pelo conflito interno que mantém parte significativa do território fora do controle da junta militar.
Número de mortos pode ultrapassar 10 mil
Segundo projeções do US Geological Survey, o total de vítimas fatais em Mianmar pode ultrapassar 10 mil, e as perdas econômicas decorrentes do desastre podem superar a produção anual do país.
Enquanto isso, uma equipe de resgate de Taiwan estava pronta para prestar assistência, mas não foi acionada. Há especulações de que o governo militar de Mianmar, aliado próximo da China, tenha impedido a entrada da equipe no país.
Impacto na Tailândia
Na Tailândia, o terremoto também causou estragos, resultando na morte de 19 pessoas e deixando mais de 70 desaparecidas. O vice-governador de Bangkok, Tavida Kamolvej, afirmou que é improvável que novas vítimas sejam resgatadas do prédio que desabou na capital durante o tremor.
Diante das críticas à resposta oficial ao desastre, o primeiro-ministro tailandês, Paetongtarn Shinawatra, convocou uma reunião com os órgãos responsáveis pelo envio de alertas emergenciais à população, buscando esclarecer eventuais falhas na comunicação durante o evento sísmico.
Foto: UNICEF Myanmar.
